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Junho chega com o mercado ainda absorvendo os impactos das decisões recentes sobre impostos e a contínua movimentação no comércio internacional.
Neste boletim, o time da Elo Forte traz um panorama dos fatos mais relevantes de maio e um olhar atento para as tendências que devem marcar os próximos meses.
Boa leitura!
Indicadores financeiros
Monitorar os principais indicadores financeiros é fundamental para investidores que desejam compreender os movimentos do mercado e antecipar possíveis tendências.
Um destaque recente é a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Na última reunião, entre os dias 6 e 7 de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu pela sexta alta consecutiva.
A Selic então subiu 0,5 ponto percentual, de 14,25% ao ano para 14,75%. Esse é o maior nível da taxa básica de juros desde 2006.
Quanto à inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o cenário permanece acima do esperado. Os dados divulgados no início de maio mostraram que o índice avançou 0,43% em abril.
O resultado foi uma alta acumulada de 2,48% nos quatro primeiros meses do ano. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA chegou a 5,53%. Já na prévia de maio, o IPCA-15 apontou variação de 0,36%, chegando ao acumulado de 2,80% no ano.
No mercado cambial, o dólar terminou maio cotado a R$ 5,7205, representando uma alta de 0,78% no mês. Nos cinco primeiros meses do ano, a moeda americana acumula desvalorização superior a 7%.
Enquanto isso, o Ibovespa fechou o mês passado em alta, ultrapassando a marca dos 137 mil pontos, com valorização de 1,45% em relação a abril.
Confira os principais números que movimentaram o mercado!
Preço/pontos (em 31 de maio de 2025) | Variação mensal | |
Selic | 14,75% a.a. | + 0,5 p.p. |
IPCA-15 | 0,36% a.m. | – 0,07 p.p. |
Ibovespa | 137.027 | + 1,45% |
Dólar | R$ 5,7205 | + 0,78%; |
S&P 500 | 5.911,69 | + 6,2% |
Principais notícias de maio de 2025
Além dos indicadores econômicos, as notícias que impactaram o mercado contribuem para entender o cenário atual e as perspectivas.
Confira os principais acontecimentos que marcaram o período!
Mudanças no IOF mexem com o mercado
Na reta final de maio, o Governo Federal anunciou alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), gerando reação rápida do mercado e revisão parcial das medidas.
As principais mudanças elevaram as alíquotas do IOF para diversas operações financeiras. Entre elas, é possível destacar compras internacionais com cartão de crédito, câmbio e transferências ao exterior.
Empresas também foram afetadas, com o imposto subindo de 0,38% para 3,5% em serviços internacionais.
O objetivo do Governo é aumentar a arrecadação em até R$ 20 bilhões em 2025 para ajudar no equilíbrio fiscal — mas sem passar pelo Congresso.
Porém, o aumento gerou críticas no Legislativo, que pediu um plano alternativo sob risco de derrubar a medida.
Apesar do recuo parcial, o impacto do aumento deve ser sentido por consumidores, investidores e empresas, sobretudo em operações com moeda estrangeira e investimentos fora do país.
Na visão dos analistas da XP, a medida “corresponde a um aumento entre 0,25 e 0,50 p.p. na taxa Selic. Portanto, não esperamos mais uma alta final da Selic na reunião de junho”.
Contudo, analistas têm expectativa de que a inflação fique acima do teto da meta (que é de 4,5%) para 2025 e 2026.
“Guerra tarifária” continua
Estados Unidos e China anunciaram um acordo para reduzir temporariamente as tarifas recíprocas por 90 dias, após reunião em Genebra, em 12 de maio.
As tarifas americanas sobre produtos chineses caíram de 145% para 30%, enquanto a China reduziu as suas de 125% para 10%.
O presidente norte-americano Donald Trump afirmou que espera que as tarifas não retornem aos níveis anteriores e acredita em um acordo definitivo no futuro.
Apesar do acordo, Trump acusou a China, em 30 de maio, de violar o pacto, prometendo reações. Por sua vez, o país asiático pediu que os EUA retirem as restrições discriminatórias e mantenham o consenso alcançado.
Ademais, o Tribunal de Apelações dos EUA reverteu a decisão que havia suspendido as tarifas, consideradas indevidas pelo uso da lei emergencial pelo Tribunal de Comércio Internacional.
Ainda, após anunciar tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia para 1º de junho, Trump adiou a medida para 9 de julho, após reunião com a presidente do bloco.
Em relação aos dados econômicos dos EUA, o Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE) avançou 2,1% em 12 meses até abril. Por outro lado, o núcleo da inflação caiu de 2,7% para 2,5%.
Na visão da equipe da XP, o cenário não dá muito espaço para cortes de juros. A projeção é que o Federal Reserve (Fed) deve fazer, no máximo, duas reduções no segundo semestre.
Ibovespa registra recordes históricos em maio
O Ibovespa alcançou novos patamares em maio, com seu maior fechamento histórico — aos 140.109 pontos, em 20 de maio.
Entre as ações que mais se valorizaram, destacam-se as do varejo e da saúde. Azzas 2154 (AZZA3) subiu 38,66% após divulgar lucro líquido recorrente 15,6% maior que no ano anterior.
A Lojas Renner (LREN3) avançou 24,3% com crescimento de 58,7% do lucro líquido trimestral, superando as expectativas do mercado. Outro exemplo é a Hapvida (HAPV3), que valorizou 23,28% ao reportar lucro ajustado de R$ 416,4 milhões e forte geração de caixa.
Expectativas para os próximos meses
À medida que maio fica para trás, o mercado já mira o horizonte dos próximos meses com atenção redobrada. As tarifas dos EUA e seus impactos no comércio internacional e na economia global devem continuar no centro das atenções.
No Brasil, o Copom retoma o papel de protagonista. Depois de ajustes que levaram a Selic ao seu maior nível em quase duas décadas, o próximo encontro, nos dias 17 e 18 de junho, deve ser um dos mais importantes do semestre.
No campo político, os desdobramentos em torno do IOF e das políticas fiscais do Governo devem dar o tom sobre os rumos do mercado.
Neste boletim, você acompanhou os principais números e notícias que marcaram maio, além das tendências que devem impactar o mercado nos próximos meses. Use as informações para avaliar suas estratégias com sabedoria.
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