Top-down e bottom-up: conheça os conceitos na análise fundamentalista!

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Se você pretende montar um portfólio de ações pensando no longo prazo, é necessário conhecer alguns conceitos da análise fundamentalista. A partir dela, o investidor consegue avaliar a situação financeira da empresa e o cenário econômico para tomar suas decisões. 

Algumas estratégias adotadas nessa análise são o top-down e bottom-up. Você sabe o que cada uma significa? Se você quer investir no mercado acionário, precisa entender em detalhes essas metodologias.

Quer aprender mais sobre o assunto? Então continue a leitura e descubra o que é top-down e bottom-up!

O que é top-down?

O termo top-down pode ser traduzido como de cima para baixo. Esse modelo começa com uma visão ampla dos fatores macroeconômicos que podem impactar suas decisões. Aos poucos, ele se concentra nos aspectos mais específicos, até chegar ao nível das operações individuais de uma companhia. 

A metodologia top-down tem como foco a análise de tendências e condições econômicas gerais que podem impactar o desempenho de setores e empresas. Assim, não são considerados os movimentos de mercado de curto prazo ou as flutuações diárias dos preços das ações, por exemplo.

A abordagem top-down também considera diversos elementos além dos econômicos. Isso depende da relevância que o investidor atribui a eles para a tomada de decisão. 

Ademais, há uma percepção de que determinados setores podem ter um desempenho superior ou inferior, dependendo do ambiente econômico. Dentro dessa abordagem, as empresas são classificadas em três categorias principais.

Confira quais são elas!

Indústrias em crescimento

São empresas que tendem a crescer independentemente dos ciclos econômicos. Setores como o de biotecnologia exemplificam esse grupo, pois eles reinvestem grande parte do capital em pesquisa e desenvolvimento, resultando em uma distribuição limitada de lucros.

Indústrias defensivas

As companhias nesse grupo tendem a ser menos afetadas pelos ciclos econômicos. Elas produzem bens de consumo básico não duráveis, que continuam a ser consumidos mesmo em períodos de crise, mesmo que de maneira diferente do usual.

Indústrias cíclicas

Essas empresas são sensíveis aos ciclos econômicos, sendo afetadas pelas oscilações econômicas. Exemplos incluem os setores de construção civil e automóveis.

O que é bottom-up?

Agora que você já conhece o conceito de top-down, chega a hora de saber o que é bottom-up. O termo significa de baixo para cima e descreve uma abordagem de análise que começa pelos fundamentos específicos de uma empresa.

Depois, gradualmente, ele considera aspectos mais amplos, como o cenário econômico geral. No contexto de análise de investimentos, essa metodologia se inicia pela avaliação detalhada da corporação. 

Para isso, são analisados os seus fundamentos, desempenho financeiro, gestão, produtos e estratégias de mercado. É somente após essa análise que se consideram os fatores macroeconômicos que poderiam impactar os resultados da empresa. 

Quais são as diferenças entre eles?

Como você viu, o top-down e o bottom-up contam com abordagens diferentes. Enquanto o primeiro começa com uma visão ampla da economia e se estreita até as empresas específicas, o bottom-up foca nos detalhes das empresas para expandir a análise ao ambiente econômico. 

Existem outras diferenças entre esses dois métodos. Confira!

Seleção de ativos

Na metodologia bottom-up, a seleção inicial de ações é baseada majoritariamente nas métricas específicas da companhia, como crescimento e margens de lucro. O investidor escolhe as empresas que apresentam os melhores fundamentos, independentemente do cenário econômico. 

Por outro lado, a abordagem top-down utiliza análises macroeconômicas para identificar setores que poderão se beneficiar de condições econômicas favoráveis. Em seguida, ela seleciona empresas promissoras dentro desses setores. 

Horizonte temporal

Os investidores que utilizam a estratégia bottom-up costumam adotar uma visão de longo prazo. Eles buscam corporações com bons fundamentos e potencial de crescimento sustentável com o tempo. 

Já a abordagem top-down tende a ser orientada pelo médio prazo. Isso porque o foco costuma ser capitalizar eventos específicos e tendências econômicas que possam influenciar determinados setores. A análise também pode ajudar a determinar como priorizar a alocação de recursos. 

Embora essas estratégias tenham diferenças, é importante lembrar que você pode combiná-las para criar uma carteira diversificada. Dessa forma, é possível aproveitar as vantagens da análise detalhada das empresas, ao mesmo tempo que se considera o impacto das condições macroeconômicas. 

Quais são as aplicações dessas metodologias na seleção de investimentos?

Conhecendo as diferenças entre as abordagens, é importante entender como usá-las ao investir em ações. Na prática, elas são utilizadas em estratégias diferentes. 

Como você viu, no bottom-up, a prioridade é identificar e investir em companhias sólidas com bons fundamentos, enquanto as questões econômicas têm menor relevância.

Por outro lado, a abordagem top-down é orientada pela análise dos ciclos econômicos e das condições macroeconômicas. Portanto, fatores como taxas de juros, políticas governamentais e flutuações cambiais têm maiores impactos na escolha dos investimentos. 

Por isso, a decisão entre as abordagens depende do perfil de risco e dos objetivos do investidor. Por exemplo, uma corporação que sofre com as variações do dólar pode não ser considerada um bom investimento em determinado momento, considerando a estratégia top-down.

No entanto, se a análise bottom-up revelar que essa empresa tem fundamentos sólidos e boas perspectivas de crescimento a longo prazo, ela pode ser vista como uma oportunidade de investimento. Logo, o modo de olhar para uma companhia depende da estratégia que você decidir seguir.

Quais indicadores são úteis nas análises top-down e bottom-up?

Após entender quais são as aplicações dessas metodologias na seleção de investimentos, vale a pena saber quais indicadores podem ser úteis para realizar a análise fundamentalista das ações. 

Confira os principais fatores a considerar, a seguir!

Nível de governança corporativa

O nível de governança corporativa avalia a qualidade da gestão de uma empresa e a sua transparência com os investidores. Esse indicador é fundamental para entender a solidez de uma companhia, destacando práticas de gestão responsáveis e claras. 

Na bolsa de valores brasileira (B3), é possível verificar a classificação das empresas com base em seu nível de governança.

Balanço patrimonial

O balanço patrimonial revela a situação financeira de uma empresa, detalhando a relação entre seus passivos e ativos. Ao analisar esse documento, você pode avaliar a capacidade da companhia de honrar as suas obrigações, entendendo como está a sua saúde financeira. 

Ebitda

O Ebitda mede o desempenho operacional de uma empresa sem considerar efeitos financeiros e contábeis. Esse indicador é útil para avaliar a eficiência e a rentabilidade da corporação.

Ele costuma ser utilizado na análise bottom-up para entender como a companhia se sai no mercado sem as distorções causadas por impostos e juros.

Neste conteúdo, você entendeu o que é top-down e bottom-up e como avaliar ações a partir da análise fundamentalista. Portanto, estude bem os termos para optar por uma estratégia adequada para montar a sua carteira de investimentos.

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