Milhares de pessoas investem em ações com foco no recebimento de dividendos. Contudo, quem se vale da estratégia depende do desempenho da empresa investida e dos lucros obtidos por ela. Isso ocorre porque essa é uma condição essencial para a distribuição desse tipo de provento.
Já o investidor que não deseja esperar os resultados de uma organização para conseguir retorno precisa conhecer os dividendos sintéticos. Porém, por envolver uma estratégia realizada com opções, é necessário entender melhor sobre o seu conceito e funcionamento.
Portanto, prossiga com a leitura deste conteúdo para aprender o que são e como funcionam os dividendos sintéticos.
Boa leitura!
O que são os dividendos sintéticos?
Apesar de levar o nome “dividendos”, não se pode confundir o conceito de dividendos sintéticos com os proventos pagos periodicamente pelas empresas de capital aberto. Nesse contexto, é válido esclarecer melhor cada um deles.
Os dividendos “reais” representam uma fração do lucro empresarial distribuída entre seus acionistas. Como você viu, para que eles sejam pagos, é fundamental que a companhia tenha obtido lucro em determinado período, além de ter uma política de distribuição desse provento.
Já os dividendos sintéticos provêm de uma estratégia na qual o investidor cria um fluxo de renda artificial. Ela costuma envolver a venda de opções de ações, o que significa deixar de depender do lucro empresarial para obter resultados. Inclusive, é possível usar a estratégia com papéis de organizações que não pagam dividendos.
Como funcionam os dividendos sintéticos?
Após saber o conceito de dividendos sintéticos, chegou o momento de conferir seu funcionamento. Como você aprendeu, para criar um fluxo de renda artificial, muitos se valem do mercado de derivativos, sendo preciso entender mais a seu respeito.
Nesse mercado, são negociadas as opções. Trata-se de derivativos financeiros que representam o direito de comprar ou vender um ativo (como uma ação) por um preço fechado (strike) em uma data específica. Existem duas principais partes nesse tipo de operação: o tomador e o lançador.
O tomador — também chamado de titular — é aquele que compra o direito de comprar ou vender o ativo no futuro. Para tanto, ele precisa pagar uma espécie de sinal, chamado de prêmio. Na data combinada, o tomador tem a possibilidade de exercer o seu direito, obrigando o lançador a cumprir o que foi combinado.
Por sua vez, o lançador vende o direito (a opção), comprometendo-se a comprar ou vender o ativo no futuro se for exercido. Independentemente do exercício, o valor dado como prêmio não é reembolsável — permitindo a criação de um fluxo de renda com esse recurso.
Para entender melhor como a operação funciona, confira um exemplo prático!
Exemplo
Imagine que você tenha 1.000 ações de uma companhia na sua carteira cotadas a R$ 10 cada. Para criar um fluxo de renda artificial com elas, é possível vender 1.000 opções de compra (calls) a um strike de R$ 15, com vencimento em 1 mês após a data da operação.
Para isso, considere que você receba R$ 0,10 por opção, totalizando um prêmio de R$ 100. Ou seja, nessa operação, você está negociando o direito de compra, assumindo a obrigação de vender os papéis para o tomador a R$ 15 na data combinada.
Nessa hipótese, você pode se deparar com 2 principais cenários no vencimento:
- exercício: caso a cotação do ativo fique acima do preço acordado, você será obrigado a vender os papéis por R$ 15 cada e terá recebido R$ 100 de prêmio;
- não exercício: se a cotação do ativo estiver abaixo do strike, a opção não será exercida e você continuará com os 1.000 papéis, além de ter recebido R$ 100 de prêmio.
Perceba que o foco da operação não é lucrar com a compra ou venda do ativo, mas com o valor recebido como prêmio — porém, é preciso ter atenção ao strike, já que a negociação pode gerar perdas.
Ademais, esse foi um exemplo meramente ilustrativo. Na prática, existem diversas maneiras de montar uma operação com opções para o recebimento de dividendos sintéticos.
Quais as vantagens e riscos de investir com esse foco?
Uma das principais vantagens de investir com foco no recebimento de dividendos sintéticos é a possibilidade de ter ganhos financeiros recorrentes. Como você notou, eles não dependem dos resultados empresariais, nem de uma política definida por uma companhia.
Outra vantagem dessa estratégia é a oportunidade de ter retornos mesmo quando o mercado está em queda. Afinal, se o preço do ativo cair, ele continuará na sua carteira e você poderá montar uma nova operação, repetidamente.
Também conta como vantagem a possibilidade de acumular esse ganho com o do pagamento de dividendos reais. Isso porque, enquanto a opção não for exercida, os proventos pagos pelas empresas serão distribuídos para o titular do papel — no caso, você.
Em relação aos riscos, é pertinente destacar que a volatilidade do mercado pode impactar severamente o preço dos ativos e diminuir o seu capital. Nesse cenário, as perdas geradas com a desvalorização do papel podem anular os ganhos com o prêmio.
Outro risco a que o investidor precisa ficar atento é o de montar uma operação equivocada. Considerando a complexidade do mercado de opções, não é raro cometer erros no momento de executar a estratégia, o que pode levar a grandes prejuízos.
Quando buscar o recebimento de dividendos sintéticos?
Agora que você sabe o que são e como funcionam os dividendos sintéticos, pode restar a dúvida sobre quando buscar resultados com a estratégia. A escolha por essa ou outras técnicas encontradas no mercado depende dos objetivos e perfil de cada investidor.
Os dividendos sintéticos podem ser uma alternativa para quem busca diversificar suas fontes de renda e aproveitar as oportunidades do mercado de opções. Porém, por envolver ativos e derivativos de renda variável, os riscos são elevados.
Portanto, antes de adotar essa estratégia, é fundamental fazer uma pesquisa aprofundada sobre as operações com opções, os papéis que serão utilizados e o cenário do mercado. Também é válido contar com o auxílio de profissionais qualificados — como os assessores de investimento.
Eles podem esclarecer dúvidas, apresentar ativos próprios para o seu perfil de risco, além dos aspectos técnicos e tributários envolvidos. Assim, você poderá tomar uma decisão consciente e alinhada com os seus interesses e necessidades.
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