Finanças comportamentais: como vieses podem afetar as decisões de investimentos?

Investir vai além de analisar ativos e calcular seus riscos. É preciso conhecer as suas reações diante das movimentações do mercado para ser estratégico nas escolhas. Nesse contexto, a área de finanças comportamentais ajuda a avaliar os vieses que podem afetar as decisões dos investidores.

Dessa forma, a neuroeconomia passou a usar a tecnologia para entender o funcionamento do cérebro no processo decisório. Como resultado, foi possível obter conhecimentos que ajudam a compreender o comportamento humano e a tomar decisões com mais embasamento e racionalidade.

Neste post, você compreenderá como os vieses comportamentais impactam a tomada de decisão nas finanças e, consequentemente, os resultados dos investimentos. Acompanhe!

O que são vieses comportamentais e por que eles afetam as finanças?

Vieses comportamentais são padrões de pensamento que influenciam inconscientemente as nossas decisões. No universo das finanças, eles afetam as escolhas sobre investimentos, podendo levar a atitudes irracionais, com potencial para prejudicar os resultados financeiros.

Essas tendências são influenciadas por fatores emocionais, cognitivos e sociais, sendo capazes de provocar equívocos de julgamento e tomada de riscos excessivos. Portanto, é preciso que os investidores conheçam os vieses e como eles impactam suas atividades financeiras.

Confira alguns dos padrões mais comuns!

Ancoragem

É comum ouvir frases como “conheço alguém que perdeu tudo na bolsa de valores” ou “uma pessoa ficou milionária da noite para o dia com investimentos”. Porém, se esse tipo de referência é usado para basear suas decisões, pode-se dizer que está usando o viés da ancoragem.

Na prática, o investidor poderia deixar de aproveitar as oportunidades da bolsa com medo de perder seu patrimônio. Também há o risco de cair em golpes e assumir riscos excessivos acreditando em promessas de ganhos elevados em pouquíssimo tempo.

Esse é um padrão de pensamento que influencia as ações tomadas a partir de informações que o indivíduo tem em sua memória. Ou seja, cria-se uma âncora mental que pode conectar o investidor a situações passadas — mas que não necessariamente são verdadeiras ou se confirmarão no futuro.

Para mitigar esse viés comportamental, é importante buscar informações objetivas e atualizadas. Além disso, é possível realizar análises e considerar uma variedade de fontes e perspectivas sobre o mercado para embasar as decisões, evitando escolhas baseadas apenas nas emoções.

Aversão à perda

Mesmo aplicações de renda fixa podem apresentar risco ao investidor. Portanto, investir requer um grau de disposição para enfrentar situações arriscadas. Entretanto, algumas pessoas podem apresentar aversão à perda, mais um dos vieses comportamentais comuns em finanças.

Nesse caso, elas focam os possíveis danos relacionados ao investimento em questão, em detrimento da possibilidade de obtenção de ganhos. Outro exemplo é a manutenção de posições desfavoráveis no mercado com medo de realizar prejuízos — mesmo que não exista expectativa de recuperação.

Para superar esse padrão, o investidor deve analisar seu perfil de investidor, compreender que o mercado envolve riscos e buscar uma abordagem equilibrada para diversificar a sua carteira. A partir disso, as decisões se tornam mais racionais, equilibrando riscos e potencial de rentabilidade.

Efeito manada

Em finanças, o efeito manada se refere à tendência humana de seguir o comportamento e as decisões da maioria, sem uma análise independente e objetiva. Esse padrão tende a impactar negativamente as decisões financeiras.

Isso ocorre porque essa tendência pode levar pessoas a entrarem em investimentos ou a abandoná-los com base na atitude de outros investidores — e não em uma avaliação fundamentada.

Na prática, buscar informações seguras, realizar análises próprias e desenvolver uma estratégia de investimento baseada em dados são maneiras de evitar seguir esse efeito.

Fear of Missing Out (FOMO)

FOMO é o medo de perder oportunidades. Aplicado às finanças comportamentais, o termo está relacionado à pressão para acompanhar e participar de alternativas de investimento por medo de perder uma chance lucrativa.

Esse padrão pode levar a pessoa a tomar decisões impulsivas e irrefletidas. Como consequência, o FOMO costuma conduzir o investidor a escolher ativos inadequados aos seu perfil e objetivos, podendo causar frustrações e até prejuízos financeiros.

O medo de perder oportunidades pode estar relacionado à ansiedade. Assim, para evitar esse viés comportamental, é essencial manter a calma, ter um plano de investimento sólido e focar na análise criteriosa dos ativos antes de investir.

Familiaridade

O receio recorrente de explorar novos investimentos pode ser entendido como o viés da familiaridade. Nesse caso, existe uma tendência de o investidor preferir alocar seus recursos em ativos ou empresas que ele já está habituado a investir.

Quem mantém esse padrão pode ficar preso aos mesmos investimentos, comprometendo a diversificação da carteira. Para combater esse viés, é importante buscar informações e ampliar o conhecimento sobre diferentes setores e ativos. Dessa forma, o processo decisório será mais fundamentado e equilibrado.

Retrospectiva

Por fim, esse padrão está relacionado a olhar para eventos que já ocorreram e acreditar que poderiam ter sido previstos ou antecipados. Desse modo, o viés impacta as decisões de investimento baseando-as em acontecimentos passados.

Quando uma pessoa é afetada pelo viés da retrospectiva, há uma tendência em superestimar sua habilidade de prever o futuro segundo fatos anteriores. Isso pode levar o investidor a ignorar informações atuais e relevantes, aumentando o risco de decisões baseadas em falsas suposições.

Para evitar os efeitos negativos desse padrão, deve-se reconhecer que eventos passados não garantem resultados futuros. Então é necessário manter o foco em análises realistas e informações atuais para embasar as escolhas.

Como não se prender aos vieses comportamentais e ter sucesso nas escolhas?

Agora que você já conferiu os principais padrões de comportamento que impactam as finanças pessoais, está na hora de entender como se libertar desses vieses. Dessa forma, será possível buscar melhores resultados como investidor.

Confira as principais dicas:

  • conscientize-se: esteja ciente sobre os seus pensamentos e como eles podem afetar as suas decisões;
  • busque informações objetivas: baseie seu processo decisório em análises aprofundadas, dados seguros e informações imparciais;
  • tenha um plano de investimento: construa um planejamento claro e coerente, alinhado aos seus objetivos financeiros e tolerância ao risco;
  • diversifique seus investimentos: distribua os seus recursos em diferentes classes de ativos e setores, expondo seu patrimônio a diferentes condições e riscos;
  • mantenha uma visão de longo prazo: evite medidas precipitadas e foque o horizonte de longo prazo para não se deixar levar por temporalidades;
  • consulte profissionais financeiros: em caso de dúvidas, converse com profissionais do mercado para ajudar na compreensão sobre os ativos e o comportamento do mercado.

Você aprendeu que os vieses comportamentais podem levar a escolhas precipitadas e inadequadas nas finanças, com impactos negativos na sua carteira. Logo, entender sobre neuroeconomia pode ajudar a ter mais precisão e segurança em seus investimentos.

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Equipe ABContent

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