Olá, tudo bem?
Um dos fatores a que os investidores precisam ficar atentos é a variação cambial, especialmente quando há desvalorização do real frente ao dólar.
Afinal, esse elemento tem o potencial de afetar o mercado brasileiro, seja em relação à inflação, taxas de juros, resultados empresariais e da bolsa de valores.
Em 2024, por exemplo, o câmbio brasileiro enfrentou uma desvalorização de 21,82% frente ao dólar americano, registrando o pior desempenho entre os países do G20.
Logo, o acompanhamento do câmbio se torna essencial tanto no momento de montar uma carteira de investimentos quanto na hora de remanejá-la.
Por isso, acompanhe neste boletim como as flutuações do câmbio influenciam o mercado e como proteger seus investimentos em tempos de instabilidade!
Não perca!
Como as flutuações do câmbio influenciam o mercado?
As flutuações cambiais têm um impacto profundo no comércio, no consumo doméstico e na economia como um todo.
Por exemplo, quando o real se desvaloriza, os preços de diversos produtos sobem, principalmente aqueles com componentes importados ou cotados em moeda estrangeira.
Segundo estudo da XP Investimentos, uma depreciação de 10% no real em relação ao dólar pode causar o aumento de 8% no preço de eletrônicos, como televisões, computadores e videogames.
De modo similar, os preços de itens do segmento de vestuário apresentam altas entre 2% e 5%, com uma desvalorização da moeda brasileira nesse mesmo patamar.
Isso acontece porque tanto o setor tecnológico quanto o têxtil dependem de matérias-primas e componentes importados em diversas etapas de seus processos produtivos.
Além disso, combustíveis, remédios e alimentos podem sofrer reajustes de preços durante variações cambiais.
Essas oscilações afetam diretamente a inflação no país e o poder de compra da população, impactando nos resultados empresariais.
Para conter o avanço inflacionário, é comum que o Bacen (Banco Central) adote uma política monetária contracionista, com medidas como a elevação da taxa Selic (a taxa básica de juros).
A intenção é encarecer o acesso ao crédito no mercado, reduzindo a circulação de dinheiro e desaquecendo a economia.
Logo, é importante entender que as variações cambiais têm a capacidade de afetar toda a economia de uma nação, embora não seja o único elemento que defina as políticas econômicas do país.
Como a variação cambial influencia os investimentos?
Além de a variação cambial afetar o consumo, ela tem implicações nos investimentos, seja de maneira direta ou indireta.
A valorização do dólar, por exemplo, pode beneficiar empresas exportadoras de commodities como petróleo, minério de ferro, soja, milho, café, entre outras.
Muitas dessas companhias têm os seus custos em reais e seus ganhos em dólar. Logo, a alta da moeda norte-americana potencializa os seus resultados e tende a atrair investidores.
Por outro lado, empresas que dependem da importação de insumos para suas atividades costumam ser prejudicadas nesses cenários.
Fora a influência exercida no mercado acionário, as mudanças no câmbio afetam diretamente a precificação de investimentos negociados em dólar ou que estão expostos a ele.
Esse é o caso de Treasuries, stocks e REITs (real estate investment trusts) encontrados nos mercados estadunidenses — que ficam mais caros para o investidor brasileiro quando o dólar sobe.
O mesmo se dá com ETFs (exchange traded funds) ligados a índices estrangeiros, fundos cambiais e internacionais, já que eles costumam incorporar a variação cambial no preço de suas cotas.
Também é válido mencionar que muitas vezes é observada uma correlação negativa entre o dólar e o Ibovespa (Índice Bovespa) — composto pelas ações de maior representatividade do país.
Parte desse movimento tem relação com a entrada e saída de dólares na B3 (a bolsa de valores brasileira).
Quando o investidor estrangeiro retira seu capital das ações brasileiras, ele diminui a quantidade de dólares em circulação, aumentando a pressão sobre o seu preço.
Como se proteger em tempos de instabilidade no câmbio?
Uma vez que as mudanças cambiais podem impactar o mercado financeiro e a carteira de quem investe, é preciso saber como se proteger em tempos instáveis.
Existem diferentes estratégias que podem ser usadas nesse sentido. Confira as principais!
Diversificação internacional
A diversificação internacional se torna uma estratégia fundamental para evitar prejuízos com o câmbio.
Ela consiste em incluir na sua carteira ativos que tenham exposição ao dólar, preferencialmente que sejam descorrelacionados com o mercado nacional ou apresentem correlação negativa.
Isso pode ser feito com diferentes investimentos, como:
- Ações e ETFs negociados nas bolsas americanas;
- Fundos de investimento internacionais;
- BDRs (brazilian depositary receipts);
- Títulos públicos ou privados emitidos em dólar;
- Entre outros.
Dessa maneira, mesmo que um ou mais investimentos nacionais presentes em sua carteira apresente perdas, os ganhos dos ativos dolarizados poderão compensá-las.
Segundo um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a alocação mínima recomendada em ativos dolarizados é de 16% da carteira.
Hedge cambial
Além da diversificação internacional, outra forma de mitigar riscos associados à volatilidade do câmbio é por meio de estratégias de hedge cambial.
Essa é uma técnica utilizada para evitar perdas em cenários adversos. Ela pode ser feita com diferentes alternativas, como:
- Contratos futuros de dólar: o interessado se posiciona comprado ou vendido conforme suas expectativas para o dólar no futuro, podendo se proteger de variações cambiais a partir de ajustes diários em sua conta;
- Opções de dólar: garantem ao comprador o direito de comprar ou vender a moeda no futuro por um preço acordado antecipadamente;
- COEs (certificados de operações estruturadas): o investidor pode se proteger com uma estrutura que tenha exposição ao dólar, montada por uma corretora de valores.
Essas oportunidades estão disponíveis tanto para o investidor institucional quanto para a pessoa física, embora demandem um conhecimento maior sobre o mercado.
Como uma assessoria de investimentos pode ajudar nessa tarefa?
Contar com uma equipe qualificada é fundamental para montar uma carteira protegida da volatilidade cambial e de outros riscos de mercado.
Na Elo Forte, nossos assessores analisam o perfil e os objetivos de cada cliente para apresentar as alternativas mais adequadas em cada caso, incluindo serviços como:
- avaliação da exposição cambial da carteira atual;
- apresentação de ativos internacionais;
- esclarecimento sobre estratégias como a diversificação e hedge cambial;
- e muito mais.
Esse suporte permite que o investidor tome decisões mais bem informadas, buscando proteger seu patrimônio mesmo diante de cenários instáveis.
Sabendo agora como proteger seus investimentos em tempos de incertezas e de alta variação cambial, utilize esse conhecimento para evitar grandes perdas financeiras.
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