Na hora de compor uma carteira completa e diversificada, pode ser interessante focar em produtos relevantes para a economia brasileira e mundial — as commodities. Entre os tipos existentes, vale a pena aprender o que são commodities agrícolas e como elas funcionam.
Além disso, é válido explorar as oportunidades disponíveis no mercado financeiro para quem deseja se expor a esses produtos. Dessa forma, você pode decidir o que é mais adequado para o seu perfil de investidor e objetivos.
Na sequência, descubra o que são as commodities agrícolas e entenda como elas podem auxiliar a composição da sua carteira!
O que são commodities?
Para começar, vale saber o que são commodities. Trata-se de produtos com baixo nível de transformação e que, frequentemente, são utilizados como matérias-primas em diversos processos industriais.
Ademais, elas compartilham outras características importantes, como:
- alta procura no comércio internacional;
- comercialização em quantidades elevadas;
- homogeneidade de produção, com produtores diferentes tendo resultados semelhantes ou equivalentes;
- facilidade de armazenamento dos produtos;
- ausência de diferenciação de marca.
As commodities também podem se dividir em tipos, dependendo da origem. As commodities minerais, por exemplo, se relacionam a produtos que passam por esse tipo de extração. Entre elas, estão o minério de ferro, o ouro e a prata.
Já as commodities energéticas estão relacionadas à produção de energia, como o petróleo e o gás natural. Ainda, existem as commodities financeiras, como é o caso do dólar, real e títulos públicos do Governo Federal.
No Brasil, vale dar atenção às commodities agrícolas, que são obtidas a partir da agropecuária. Como o nosso país tem um setor agro forte, esses produtos costumam apresentar relevância na balança comercial brasileira.
Quais são as principais commodities agrícolas do mercado?
Agora que você entendeu o que são as commodities agrícolas, vale conhecer quais são as principais do mercado. No Brasil, os principais produtos do tipo incluem:
- soja;
- milho;
- boi gordo;
- café;
- açúcar;
- algodão;
- laranja.
Essas alternativas estão entre as mais produzidas e exportadas no país. Além disso, algumas commodities têm contratos exclusivos na B3, a bolsa de valores brasileira.
Como compor a carteira com as commodities agrícolas?
Como você viu, as commodities agrícolas são importantes para a economia brasileira. Portanto, também são relevantes para o mercado financeiro. Na horta de compor o seu portfólio, é possível se expor a elas e utilizar esses produtos para ajudar no alcance das suas estratégias.
Mas, afinal, como criar uma carteira incluindo as commodities? A seguir, conheça as principais oportunidades disponíveis na bolsa de valores!
Ações
As ações de empresas ligadas a commodities são investimentos de renda variável que podem auxiliar sua estratégia. Nesse caso, o objetivo é comprar os papéis para obter participação proporcional nos resultados do negócio.
Com isso, se as ações se valorizarem, você poderá vendê-las por um preço maior que o da compra, o que gerará lucro. Também é possível receber proventos, como os dividendos — os quais dividem parte dos lucros entre os acionistas.
No caso das companhias ligadas às commodities, há chances de aproveitar o desempenho desses produtos na economia, por exemplo. Se a cotação das commodities agrícolas subir, a tendência é que as empresas exportadoras ganhem mais.
Isso pode melhorar a condição financeira do negócio e levar à valorização das ações. Também pode gerar um pagamento mais elevado de dividendos. Porém, antes de investir, é preciso fazer uma análise fundamentalista para conhecer a situação atual e as perspectivas do negócio.
Fundos de índice
Você também pode incorporar as commodities agrícolas à sua carteira por meio do exchange traded fund (ETF) ou fundo de índice.
Esse é um veículo financeiro coletivo, cuja participação acontece por meio da aquisição de cotas. Os recursos são movimentados por um gestor profissional, com base na estratégia do fundo. No caso dos ETFs, o objetivo é replicar a carteira teórica de um indicador de mercado.
Ao utilizar um índice de commodities, o portfólio tende a ser formado por alternativas ligadas a esses produtos — como ações de empresas relacionadas às commodities agrícolas. Além disso, a depender da formação do índice, há como investir indiretamente em diversos ativos com a aquisição de apenas uma cota.
Contratos futuros
Para compor a carteira com base nas commodities agrícolas brasileiras, você também pode recorrer aos contratos futuros. Esses são derivativos financeiros negociados no mercado futuro, que é um ambiente da bolsa de valores.
Nos contratos futuros, o objetivo é se posicionar contra ou a favor da performance de um ativo-objeto — no caso, a cotação das commodities agrícolas.
Nessas operações, não é preciso alocar recursos financeiros, pois você pode utilizar a margem de garantia. Ela corresponde a um percentual do valor dos contratos e pode ser disponibilizada em dinheiro ou em outros investimentos.
Também é importante saber que os contratos futuros contam com ajuste diário. Esse é um mecanismo que apura os resultados ao final de cada pregão, definindo se houve lucro ou prejuízo. No caso de perdas, o valor é descontado da sua conta ou da sua garantia, se aplicável.
Ainda, vale notar que os contatos futuros são mais voláteis. Como o risco é mais elevado, é necessário considerar se a opção faz sentido para a sua realidade.
Quando vale a pena compor a carteira com commodities agrícolas?
Você já aprendeu que existem diferentes oportunidades para compor sua carteira de investimentos com a ajuda das commodities. No entanto, é comum se perguntar quando vale a pena adotar essa estratégia.
Na prática, existe a possibilidade de fazer esse tipo de aporte com foco na proteção de carteira. É uma forma de se proteger dos movimentos de alta ou queda dos preços, de acordo com a sua estratégia de investimentos.
Se você investe em ações de empresas ligadas à exportação de carne, por exemplo, pode negociar contratos futuros que apostam na queda do preço do produto. Nesse caso, você cria direções opostas na carteira e pode se proteger se a perda realmente acontecer.
Também pode ser interessante compor a carteira de investimentos com as commodities para torná-la mais diversificada. Essa é uma forma de diluir os riscos e pode auxiliar a consolidar os resultados desejados.
Ainda, esse tipo de exposição permite aproveitar movimentos favoráveis do mercado. O aumento nos preços ou no volume exportado de commodities, por exemplo, pode impulsionar os resultados do seu portfólio.
Com essas informações, agora você sabe o que são as commodities agrícolas e como compor a carteira com exposição a elas. Porém, antes de incluir essas alternativas em seu portfólio, avalie se elas fazem sentido para a sua estratégia.
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