Viver de dividendos é um objetivo comum entre investidores que buscam independência financeira. A ideia é construir uma carteira sólida que gere renda passiva regularmente para cobrir os gastos mensais, sem depender de salário ou outras fontes ativas de receita.
A estratégia oferece mais tranquilidade e flexibilidade no dia a dia. No entanto, alcançar esse patamar exige planejamento, conhecimento e constância nos aportes. Sem esses cuidados, o sonho pode ficar distante.
Mas será que é realmente possível viver somente desse tipo de rendimento na carteira? Acompanhe a leitura para saber a resposta!
O que significa viver de dividendos?
Viver de dividendos é ter uma renda passiva estável, gerada por ativos que distribuem parte do lucro líquido aos investidores. Nessa estratégia, os proventos recebidos periodicamente são usados para custear suas despesas, sem necessidade de vender os ativos da carteira.
A vantagem é a possibilidade de ter autonomia financeira, já que o investidor ganha mais controle por não depender de fontes ativas de renda. Desse modo, ele pode manter seu padrão de vida com tranquilidade.
É possível viver de dividendos?
A estratégia de viver de dividendos é viável. No entanto, seu funcionamento exige construir um patrimônio sólido e manter uma carteira bem estruturada. Mas, afinal, quanto é necessário acumular para alcançar esse objetivo?
A resposta depende de dois fatores principais:
- custo de vida;
- quanto o ativo paga de dividendos, geralmente medido pelo dividend yield (DY).
Por exemplo, se você quer receber R$ 5 mil por mês — ou R$ 60 mil por ano — e investe em ativos que costumam entregar 6% ao ano de dividendos, precisa acumular cerca de R$ 1 milhão.
Mas esse é um exemplo hipotético e vale salientar que os dividendos são provenientes de investimentos de renda variável. Logo, não há garantia de retornos.
Em determinado período, seus rendimentos podem ficar acima desse percentual, enquanto em outros há chance de você não receber dividendos.
Quais investimentos podem pagar dividendos regularmente?
Os dividendos são parcelas do lucro líquido de empresas e fundos de investimento distribuídos aos seus investidores.
Conheça exemplos de alternativas que podem fazer esses repasses!
Fundos imobiliários (FIIs)
Os FIIs são uma das opções mais populares entre investidores que buscam viver de dividendos. Esses fundos de investimento têm cotas negociadas na bolsa de valores brasileira, a B3, e são expostos ao mercado imobiliário nacional.
Os fundos imobiliários podem adotar diferentes estratégias. Por exemplo, os fundos de tijolo investem em empreendimentos como prédios comerciais, shoppings e galpões logísticos. O lucro pode ser proveniente dos aluguéis ou da venda desses espaços.
Já fundos de papel montam o portfólio com títulos do setor, como certificados de recebíveis imobiliários (CRIs). Eles tendem a ser menos voláteis do que os FIIs de tijolo, mas o investimento continua sendo de renda variável.
Pela regulamentação do mercado, os FIIs devem distribuir 95% dos seus lucros aos cotistas, no mínimo, semestralmente — e existem fundos que fazem repasses mensais. Pela gestão profissional e acessibilidade, eles podem ser alternativas práticas para quem quer investir em imóveis.
Ações
Também é possível receber dividendos de ações listadas na bolsa. Diversas companhias fazem repasses de lucros aos seus acionistas regularmente. Entretanto, diferentemente dos FIIs, elas têm autonomia para definir em seu estatuto qual será o percentual dessa distribuição e as regras.
Além dos dividendos, ações podem distribuir outros tipos de proventos, como juros sobre capital próprio (JCP). Eles são similares aos dividendos, com a diferença de que são, contabilmente, classificados como despesas para empresas — e contam com recolhimento de Imposto de Renda (IR) na fonte.
Companhias com histórico consistente de lucros e uma política clara de distribuição costumam pagar dividendos com mais frequência. Empresas dos setores de energia, bancos, telecomunicações e saneamento são exemplos comuns de pagadoras recorrentes.
No caso de empresas menores, essa distribuição é menos comum. Isso costuma ocorrer porque, como elas ainda estão em crescimento, é normal que os lucros sejam reinvestidos na operação visando à expansão.
ETFs, BDRs e Fiagros
Outras opções da bolsa que podem repassar dividendos são:
- exchange traded funds (ETFs): fundos que replicam a performance de índices do mercado, como o Ibovespa e o S&P 500. Desde 2023, há ETFs que distribuem dividendos na B3, mas não há obrigatoriedade, como nos FIIs;
- brazilian depositary receipts (BDRs): certificados com lastro em um investimento internacional, como ações estrangeiras. Se a empresa internacional distribui dividendos, o investidor brasileiro pode receber uma parte proporcional desses rendimentos;
- fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais (Fiagros): fundos que investem no agronegócio, como imóveis rurais e outros ativos ligados à produção agrícola. No caso deles, não há obrigatoriedade de repassar lucros.
Como montar sua estratégia para viver de renda?
Viver apenas de dividendos é possível, mas exige planejamento, diversificação e conhecimento sobre outras fontes de renda passiva.
Saiba como montar sua estratégia!
Diversifique a carteira
Montar uma carteira diversificada entre ações, cotas de FIIs e outros ativos geradores de proventos é um passo importante. Assim, o investidor reduz a dependência de um único setor ou tipo de ativo, possibilitando mais estabilidade em momentos de baixa no mercado.
Contudo, saiba que a diversificação não consiste somente em distribuir seu dinheiro entre diferentes alternativas. Elas precisam ser descorrelacionadas (sem exposição aos mesmos riscos) ou ter correlação negativa para serem eficientes.
Reinvista os dividendos
Durante a fase de construção de patrimônio, o reinvestimento dos proventos é uma forma de acelerar o crescimento da renda. Ao comprar mais ações ou cotas de fundos com os próprios dividendos, o investidor amplia sua base de ativos e, com isso, o montante dos eventuais repasses.
Portanto, o foco em viver de dividendos tende a funcionar melhor como um objetivo de longo prazo. Você deve montar uma estratégia para fazer aportes frequentes, reinvestindo os lucros ao longo do tempo, para expandir seu patrimônio.
Considere a “regra dos 4%”
Além de obter os proventos, uma estratégia comum é vender uma pequena parte da carteira com certa regularidade. A regra dos 4% aponta que há como negociar anualmente essa porcentagem do patrimônio sem comprometer a sustentabilidade da carteira no longo prazo.
A abordagem ajuda a complementar a renda mensal, especialmente em momentos de baixa distribuição de dividendos. Entretanto, ela deve ser feita com planejamento para garantir que esse percentual seja adequado para sua realidade.
Use alternativas de renda fixa
Por fim, sua estratégia não precisa ser focada apenas em dividendos. Títulos de renda fixa, tanto públicos quanto privados, podem entregar cupons de juros — mensais ou semestrais.
Esses ganhos complementam sua renda e costumam ser vantajosos para quem foca em segurança e previsibilidade.
Para tomar decisões mais conscientes, vale a pena contar com o suporte de uma assessoria de investimentos. Com ele, você tem apoio profissional para montar uma estratégia seguindo seu perfil e o prazo dos seus objetivos.
Como você viu, viver de dividendos pode parecer um sonho distante em um primeiro momento. Porém, com um planejamento estratégico, foco no longo prazo e diversificação de investimentos, ele tende a ficar mais próximo.
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