Mesmo que muitas pessoas ainda associem o mercado financeiro como um ambiente estritamente masculino, o número de mulheres investidoras vêm crescendo. Além disso, diversas personalidades femininas assumiram protagonismo na área e se tornaram inspiração para outras pessoas.
Contudo, as diferenças sociais ainda fazem com que a tendência seja que as mulheres tenham comportamentos diferentes dos homens no mercado financeiro. Por outro lado, o setor está aberto a oferecer oportunidades para investidoras e profissionais.
Neste artigo, você entenderá como está a presença feminina no mercado financeiro e conhecerá o comportamento das mulheres investidoras nesse ambiente.
Confira!
Como está a presença das mulheres no mercado financeiro nacional?
A presença feminina tem aumentado no mercado financeiro com o passar dos anos. Segundo dados da bolsa de valores brasileira (B3), o número de pessoas físicas na B3 passou de 5 milhões no primeiro trimestre de 2022.
Desse total, a participação feminina entre os investidores brasileiros foi de 23,89%, embora a porcentagem esteja avançando ao longo do tempo. O maior aumento aconteceu de 2020 para 2021, quando, de 848.591 mulheres na bolsa, o número passou para 1.154.014.
Esse total representa um salto de 36% no número de CPFs ligados a mulheres na bolsa. Apesar do crescimento significativo, ainda há um longo caminho para que as investidoras deixem de ser minoria nesse ambiente.
Outro ponto importante é que, historicamente, as mulheres fazem um investimento inicial com valor mediano maior que os homens. Nesse sentido, a mediana do primeiro investimento mensal feito por elas é de R$ 481,00, enquanto o primeiro aporte dos homens gira em torno de R$ 303,00.
E qual é a presença de mulheres no mercado estrangeiro?
Em outros mercados, como nos Estados Unidos, também é possível identificar um aumento no número de mulheres investidoras. Uma pesquisa realizada em 2021 mostrou que 67% das mulheres norte-americanas estão investindo suas economias no mercado de ações.
Isso representa um aumento de 50% no volume de investidores do sexo feminino em relação a 2018. Logo, a tendência de crescimento no interesse e na presença das mulheres do mercado financeiro não é exclusiva do Brasil.
Contudo, o estudo também mostrou que apenas 33% das mulheres norte-americanas se veem como investidoras. Isso mostra que, muitas vezes, falta segurança para a figura feminina no mercado se enxergar adequadamente.
Como as mulheres investidoras se comportam no mercado financeiro?
Como você viu, o comportamento de homens e mulheres no mercado financeiro tende a ser diferente. Prova disso é que uma pesquisa de perfil elaborada pela B3 em 2020 mostrou que elas são mais pacientes e conseguem adotar estratégias de longo prazo nos investimentos.
Em relação aos objetivos, outra pesquisa mostrou que as mulheres buscam ter uma aposentadoria mais tranquila e garantir proteção para a família — em especial, para os filhos.
Já no estudo realizado nos Estados Unidos, apenas 42% das mulheres se sentem capazes de economizar para objetivos futuros, como a aposentadoria.
O relatório também mostrou que as mulheres:
- são menos confiantes, pois apenas 9% se consideram melhores investidores do que os homens, apesar de pesquisas mostrarem que elas têm resultados consistentemente melhores;
- tendem a ter mais confiança com a idade, pois apenas 46% das millennials (nascidas entre 1980 e meados de 1990) se sentem preparadas para lidar com investimentos. Entre as mulheres nascidas entre 1925 e 1942, o número é de 60%;
- tendem a investir de forma conservadora;
- são investidoras menos impulsivas do que os homens, pois a pesquisa mostra que elas fazem menos operações e entram em suas contas de investimento com menos frequência.
Escolhas de investimentos
Para conhecer mais profundamente o comportamento das mulheres no mercado financeiro, é importante entender onde elas investem. Segundo a B3, em 2016, 75% das carteiras de renda variável das investidoras eram compostas apenas por ações. Isso indica uma baixa diversificação dos investimentos.
No entanto, o cenário mudou. Em 2021, boa parte das carteiras femininas já era composta por ações, fundos imobiliários (FIIs), fundos de índice (ETFs) e certificados de depósito de valores mobiliários (BDRs).
Já na renda fixa, o destaque entre as investidoras envolve os títulos do Tesouro Direto. Contudo, vale ressaltar que não existe um investimento exclusivo ou especificamente voltado para homens ou mulheres. Em vez disso, as escolhas dependem do perfil e objetivos de cada investidor.
Assim, as mulheres podem aproveitar todas as oportunidades disponíveis no mercado financeiro, desde que estejam alinhadas às suas necessidades e expectativas.
Como está a presença das mulheres como profissionais do mercado?
Até aqui, você viu o comportamento e a evolução das mulheres enquanto investidoras do mercado financeiro. No entanto, elas também estão conquistando lugares como profissionais desse setor.
Embora o ambiente ainda seja predominantemente masculino, cada vez mais mulheres atuam em trabalhos ligados a finanças e investimentos. Assim, elas ocupam cargos diversos, como assessoras de investimento e gestoras.
A qualificação das profissionais também se destaca. Em 2016, elas foram responsáveis por 54% das certificações CPA-10 emitidas, e chegaram a 47% na CPA-20 — ambas certificações profissionais da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).
Por outro lado, entre os profissionais que possuem a Certificação de Gestores de Carteiras ANBIMA (CGA), apenas 6% são mulheres. Já o relatório “Mulheres em Ações”, da B3, mostra que a presença feminina em cargos gerenciais das companhias com capital aberto na B3 é de 37,4%.
Além disso, 89% das empresas listadas no segmento Novo Mercado da bolsa brasileira têm apenas uma ou nenhuma mulher ocupando cargos de direção. Logo, o dado mostra que, apesar dos avanços, ainda há bastante espaço para a expansão feminina no mercado.
Quais são as oportunidades para as mulheres investidoras no mercado?
Como você viu, a participação das mulheres no mercado financeiro — nacional e internacional — está aumentando. Inclusive, elas já buscam compor carteiras diversificadas e que permitam aproveitar condições distintas de mercado e diluir riscos.
Além das oportunidades profissionais, existem diferentes possibilidades para quem investe. É o caso do investimento com exposição internacional.
Em vez de manter o patrimônio investido apenas no Brasil, existe a chance de se expor a outros mercados para diversificar. É o caso do mercado de capitais norte-americano — o maior do mundo —, que oferece diversas oportunidades de investimento.
Muitas dessas alternativas podem ser acessadas diretamente pela bolsa brasileira. É o caso dos ETFs com exposição internacional. Dessa forma, você pode ter parte da carteira exposta ao dólar e a grandes empresas.
Neste artigo, você viu que, mesmo que o número de mulheres investidoras do mercado financeiro esteja aumentando, ainda há muito espaço para conquistar. Contudo, as mudanças vêm se consolidando e a tendência pode ganhar força com o passar dos anos.
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