Diante de instabilidades econômicas, é muito comum que haja uma busca por alternativas que ofereçam proteção. Entre as possibilidades, temos o ouro, que é uma commodity muito utilizada para dar segurança à carteira. Para aproveitá-lo, é essencial saber como investir em ouro.
Além de entender como o metal pode impactar o desempenho, é oportuno conhecer as possibilidades financeiras disponíveis. Embora o ouro físico venha à mente em um primeiro momento, é possível expor seu patrimônio de diversas outras maneiras.
Na sequência, veja como selecionar os investimentos em ouro e descubra como eles funcionam!
Por que investir em ouro?
O investimento em ouro tem duas funções principais: fazer hedge financeiro e permitir a especulação. O hedge, especificamente, busca trazer proteção à carteira, evitando que seu patrimônio sofra perdas diante de condições que levam à queda de ativos.
O principal motivo para o ouro oferecer segurança é o fato de ser um metal precioso e de elevada raridade. Diferentemente do papel-moeda, que pode ter um aumento na emissão, o ouro é limitado. Portanto, tem baixo risco inflacionário e não perde tanto valor ao longo do tempo.
Além disso, a queda dos ativos de uma carteira, normalmente, ocorre diante de crises, que também costuma afetar os câmbios — mesmo os mais fortes, como o dólar. Nesse sentido, investir em ouro se torna uma opção para aumentar o nível de proteção quanto a uma potencial desvalorização.
Essa questão é tão presente que ele atua como reserva de valor e serve como lastro de moedas em diferentes países. Portanto, não são apenas os investidores físicos que aproveitam a possibilidade.
A outra razão para investir em ouro é o potencial de especulação que ele oferece. Quem tiver uma tolerância maior à volatilidade pode aproveitar a commodity para buscar lucros com a variação de preços, por exemplo.
As operações de trading costumam oferecer um retorno em curto prazo e, podendo ser atraentes para quem deseja rentabilizar a carteira. Contudo, o perfil sempre deve ser considerado. Afinal, existem riscos significativos.
Em resumo, para quem investe para o longo prazo ou especula, o ouro pode servir para diversificar possibilidades. Por ser um ativo com características únicas, ajuda a diluir os riscos da carteira e pode aumentar o potencial de ganhos.
O investimento em ouro só pode ser feito de modo físico?
Muitas pessoas ainda acreditam que a única forma de investir em ouro é por meio da aquisição do metal físico. No entanto, isso não é verdade. Não é necessário ter joias ou gramas de ouro em casa para aproveitar as oportunidades que ele oferece.
Com os produtos e ativos financeiros, é possível expor parte do seu patrimônio ao ouro sem fazer a liquidação física. No caso, o foco está no que chamamos de liquidação financeira.
Então, em algumas operações, basta que você invista os recursos nos produtos e nas modalidades disponíveis para ter a chance de obter os resultados. Isso costuma ser mais prático e mais seguro, já que você não precisa buscar locais para armazenar o ouro do modo físico, por exemplo.
Como investir em ouro?
Ciente dos motivos que justificam o investimento em ouro, é fundamental saber como realizar esse aporte. Já que a compra física do metal não é a única possibilidade, vale a pena conhecer as demais alternativas disponíveis.
A seguir, descubra como você pode investir em ouro!
ETF
Um exchange traded fund ou fundo de índice (ETF) é um fundo de investimento que está atrelado a um indicador. Assim como outros fundos, ele permite que investidores adquiram cotas de participação nos resultados obtidos por um gestor profissional.
No caso específico dos ETFs, as cotas são negociadas na bolsa de valores e as escolhas de aporte dos fundos dependem das carteiras teóricas de um indicador de mercado. Ou seja, a maior parte dos recursos é usada para replicar esses portfólios, atrelando os resultados ao índice.
Considerando o ETF de ouro, o objetivo será replicar um indicador ligado à commodity. A primeira alternativa do mercado brasileiro chegou em 2021 e é identificada pelo ticker GOLD11. Ele está indiretamente atrelado ao índice internacional conhecido como LBMA Gold Price.
Assim, o objetivo do GOLD11 é acompanhar a estrutura do fundo iShares Gold Trust (IAU), um fundo internacional que também replica esse índice. Para tanto, a maior parte dos recursos do fundo é investida em cotas do IAU.
Além de trazer praticidade pelo fato de o investimento ser feito por um gestor, o ETF de ouro costuma ter custos menores. A taxa de administração, por exemplo, tende a ser reduzida, em comparação aos fundos que priorizam a alocação ativa de investimentos.
Ainda sobre os custos, o investimento mínimo é de apenas uma cota. Assim, a alternativa pode gerar mais acessibilidade, já que contempla quem não quer ou não pode investir grandes montantes de uma só vez.
Contrato futuro
O mercado futuro é um ambiente de negociação da bolsa de valores. Ele prevê a adoção de contratos futuros, em que é possível se expor às movimentações futuras de índices, commodities e ativos.
No caso, o intuito é se proteger de oscilações ou potencialmente ganhar com as variações que podem acontecer no preço de negociação. Não é necessário adquirir o metal, em si, pois o investimento é feito em uma posição de mercado.
O contrato futuro que tem o lote padrão de ouro, de 250g, é o OZ1D, mas também há contratos fracionários, como o OZ2D (de 10 gramas) e o OZ3D (de 0,225 gramas).
O investimento mínimo dos contratos futuros de ouro depende da cotação do grama do ouro. Como não há minicontratos nessa modalidade, o montante exigido para aportar pode ser maior. Contudo, é possível operar alavancado, aportando menos dinheiro.
Vale saber, ainda, que os contratos futuros têm ajustes diários, então é necessário apresentar uma margem de garantia. Se o resultado diário for positivo, ele é acrescentado à margem. Se for negativo, será descontado dela.
Mas atenção: o mercado de derivativos, como é o caso dos contratos futuros, costuma apresentar riscos maiores pela volatilidade. Ao mesmo tempo, pode ser uma oportunidade para quem pretende obter ganhos com a especulação.
Geralmente, o mercado futuro não envolve a liquidação física. Entretanto, curiosamente, o contrato de lote padrão de ouro prevê essa possibilidade. Ou seja, no encerramento do contrato, é possível obter um lingote de ouro com o peso negociado.
Fundos de investimento
Ao buscar entender como investir em ouro, você viu que existe a possibilidade de alocar recursos em um ETF ligado ao metal. Porém, há outras oportunidades disponíveis nessa modalidade coletiva.
Os fundos de investimento em ouro costumam ter como objetivo acompanhar o preço do ouro. Em geral, o portfólio é composto pela cota de outros fundos e por operações com derivativos.
Também devemos destacar que há alternativas com e sem exposição ao câmbio. Quando há essa exposição, existe uma influência quanto à variação de uma moeda estrangeira — normalmente, o dólar. Isso pode ajudar a expor seu patrimônio a riscos diversificados.
A outra possibilidade envolve os fundos de investimento em ouro que também oferecem exposição ao Certificado de Depósitos Interbancários (CDI). Assim, equilibram a volatilidade com a previsibilidade da renda fixa.
Antes de investir, é importante avaliar a estratégia do fundo, conhecer as taxas e condições e o histórico de rendimento. Desse modo, é possível escolher uma alternativa que faça sentido para a sua carteira.
Como investir indiretamente em ouro?
Ao buscar como investir em ouro, pode ser que você se depare com indicações dos chamados investimentos indiretos. É o que acontece ao adquirir ações de mineradoras e de outras empresas que tenham forte relação com o ouro.
Nesse caso, pela relação com a commodity, existe uma tendência de alta quando ocorre uma valorização do ouro. Então, um movimento de mercado pode se propagar o bastante para refletir nos resultados de uma ação, por exemplo.
Contudo, você não fará a exposição do seu patrimônio de forma contundente ao metal. Se objetivo for se proteger ou lucrar no curto prazo considerando o comportamento do ouro em si, os investimentos indiretos podem não ser a primeira escolha ideal.
Porém, dependendo do seu perfil e dos seus objetivos, eles podem servir como uma estratégia complementar. Com eles, além de se expor aos movimentos do ouro, é possível ter rentabilidade ligada ao lucro das empresas.
Afinal, vale a pena investir em ouro?
Após conhecer os tipos de investimentos disponíveis, é mais fácil entender o que cada oportunidade tem a oferecer, em termos de desempenho e impacto na carreira. Considerando todos esses pontos, você pode decidir se vale a pena investir no metal.
Como você viu, o ouro pode servir para hedge ou especulação, além de ajudar na diversificação por ser descorrelacionado com a economia do país. Como é considerado seguro e líquido, costuma contemplar as necessidades de diversos investidores.
Quem quiser rentabilizar ao correr mais riscos, ainda pode especular. Por outro lado, o investimento pode não ser tão interessante em momentos de alta na cotação, já que ganhar com a valorização é um dos principais objetivos.
Ademais, o ouro se mantém relevante em situações críticas e, por causa disso, pode ser oportuno considerá-lo em sua carteira. Mas a escolha também demanda uma estratégia eficiente, decidindo, por exemplo, o percentual que será alocado nesse produto.
Como escolher os investimentos em ouro?
Até aqui, você pôde notar que investir em ouro pode ser feito com diversas possibilidades financeiras. Sendo assim, é necessário definir qual ou quais participarão da sua carteira. Nesse sentido, separei algumas dicas que podem ajudar.
A primeira também é a mais importante: identificar que tipo de investidor você é. Por meio da análise de perfil de investidor é possível entender quais riscos você está disposto a correr e o que o deixará confortável.
Os moderados e alguns conservadores podem não ter parcela do patrimônio em renda variável suficiente para justificar a busca por hedge. Já os arrojados podem buscar tanto a proteção contra quedas da bolsa quanto a possibilidade de lucros por meio do trading.
Outra questão consiste em definir seus objetivos de curto, médio e longo prazo. O investimento em ouro costuma ser de longo prazo, com a especulação ficando para o curto prazo. É importante ponderar tais questões para saber o que se encaixa melhor em suas expectativas.
Em relação aos produtos e ativos financeiros, é preciso entender quais riscos você está disposto a correr e quais podem oferecer o que você espera.
Operar com contratos futuros traz mais autonomia, já que você pode escolher quais negociar. Por outro lado, o investimento em fundos pode ser mais prático e mais barato. A liquidez costuma ser elevada pelo interesse no metal, mas é preciso entender a facilidade de conversão em dinheiro.
Além disso, o ideal é investir em ouro fora de momentos de crise. Durante instabilidades financeiras, ele fica mais valorizado e as condições podem não ser tão atraentes. Por isso, é interessante acompanhar as oscilações de preço para encontrar a melhor janela de investimento.
Qual é o papel da assessoria de investimentos?
Independentemente do tipo de investimento que você escolha, é essencial contar com uma boa instituição financeira para investir em ouro. Primeiramente, é por meio dela que você poderá acessar a plataforma de investimento e selecionar os produtos ou ativos condizentes com sua estratégia.
Além disso, contar com o apoio de um assessor de investimentos vinculado à essas instituições pode ter um papel determinante no processo de como investir em ouro.
Com o apoio desses profissionais, você poderá explorar as alternativas, tirar dúvidas e ter mais informações para definir o que é melhor para a sua situação. Como consequência, há mais chances de alcançar os objetivos com o investimento em ouro.
Ao saber como investir em ouro, você terá a chance de usá-lo para proteção ou até para especular em busca de lucros no curto prazo. Portanto, avalie se essa possibilidade está alinhada às suas necessidades. E, se tiver dúvidas sobre o tema, deixe seu comentário para que eu possa lhe ajudar!
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