O mercado financeiro possui alternativas que contam com diferentes níveis de risco e formas de funcionamento. Nesse contexto, saber o que é um fundo DI pode trazer mais ideias de investimento e ajudar tanto investidores principiantes quanto os experientes.
Esses fundos possuem características próprias e, apesar de serem lembrados como uma alternativa conservadora, mesmo investidores arrojados devem conhecê-los. Afinal, nem todas as alocações precisam ter foco em uma alta rentabilidade, com exposição a mais riscos.
Quer entender melhor o que é um fundo DI, suas características, vantagens e desvantagens de investir nessa alternativa? Então continue a leitura deste texto!
O que são os fundos de investimento?
Antes de saber especificamente o que é um fundo DI, você deve entender o que são os fundos de investimento de forma geral. Eles são veículos financeiros que permitem a participação nos resultados de uma carteira coletiva.
Funciona assim: as regras do fundo são criadas conforme as disposições da instituição responsável, chamada administradora. No regulamento está especificado como será a composição da carteira, quem é o gestor, quais são os objetivos e estratégias de investimento.
Os interessados podem avaliar essas regras para entender se elas fazem sentido para suas estratégias. Ao ser lançado no mercado, o fundo começa a captar recursos entre investidores por meio da venda de cotas.
Essas cotas representam uma fração mínima do patrimônio do fundo. Contudo, os cotistas não têm liberdade para determinar as negociações com os ativos ou títulos da carteira do fundo.
Na verdade, o gestor profissional é o responsável pela administração dos recursos. É ele quem fará as movimentações e determinará como o patrimônio do fundo será investido.
Ademais, existem diversos tipos de fundos de investimento. Eles se distinguem, principalmente, pela composição do portfólio. Veja quais são os principais:
- fundos de investimento imobiliário: investem, maioritariamente, em alternativas ligadas ao mercado de imóveis;
- fundos de ações: compõem a carteira, principalmente, com papéis de empresas de capital aberto negociados na bolsa de valores e ativos relacionados;
- fundos de renda fixa: investem, predominantemente, em títulos da renda fixa e possuem rentabilidade previsível — aqui se encontram os fundos DI;
- fundos multimercado: montam seu portfólio com mais liberdade de escolha de ativos e títulos.
Portanto, os investidores podem verificar cada fundo disponível e avaliar a compra de cotas para participar dessas modalidades.
O que é fundo DI?
Agora que você já sabe como funcionam os fundos de investimento, pode entender o que é um fundo DI. Eles são veículos financeiros cujo objetivo é trazer uma rentabilidade muito próxima à taxa CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
Como você viu, os fundos DI são considerados fundos de renda fixa. Essa categorização é determinada pela própria Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — órgão fundamental na organização e fiscalização do mercado de investimentos brasileiro.
Segundo a CVM, os fundos de renda fixa são aqueles que investem grande parte de seu patrimônio em títulos atrelados a índices de preços, taxas de juros ou ambos. Desse modo, eles proporcionam uma previsibilidade nos ganhos e mais segurança em relação às variações de preços.
Já a participação no fundo se dá por meio da compra de cotas. Nos fundos DI, elas são negociadas em plataformas de bancos de investimentos, que proporcionam diversas alternativas a seus clientes.
Logo, não existe apenas um fundo DI, mas diversos veículos de diferentes administradoras e gestoras. Dessa forma, você encontra investimentos com características variadas, que podem se adequar às suas estratégias e objetivos financeiros.
Como esse fundo funciona?
Agora você sabe que o fundo DI é um fundo de renda fixa com o objetivo de manter uma rentabilidade próxima ao CDI. Para entender como ele é negociado e administrado, é preciso conhecer seu funcionamento. Veja a seguir os pontos de atenção:
Forma de condomínio
Vale a pena saber que os fundos DI costumam ser de condomínio aberto. Isso significa que o cotista pode fazer emissões e resgates de cotas a qualquer momento.
Ao comprar uma cota, você injeta dinheiro no fundo e aumenta o patrimônio do veículo. Essa nova cota é emitida e disponibilizada na sua carteira. Nesse caso, há variação do preço conforme os movimentos do patrimônio.
De maneira inversa, se você quiser fazer o resgate da cota, ela deixa de existir. Isso significa que o valor é subtraído do fundo, em geral com o resgate de títulos, e repassado ao investidor.
Atuação do gestor
Também é preciso considerar a atuação do gestor profissional. Nesse contexto, os cotistas não têm a responsabilidade nem o direito de definir como a carteira do fundo será administrada.
O gestor tem total liberdade para a gestão desde que atue de acordo com as estratégias e regras definidas pelo fundo DI em seus documentos oficiais. Isso significa que é ele quem escolhe os títulos que compõem a carteira, realiza as negociações e coloca em prática as estratégias de proteção do portfólio, se houver.
Assim, é comum ouvir falar que os fundos DI são uma maneira de contar com uma gestão profissional de títulos e uma carteira diversificada.
Composição do portfólio
Como o objetivo do fundo DI é estar atrelado ao CDI, é preciso saber que sua carteira é composta por títulos de renda fixa que seguem esse indicador. Além disso, podem ser escolhidas aplicações atreladas à Selic — um índice que tem resultados muito próximos ao CDI.
Ademais, uma pequena parte da carteira pode ser reservada para a alocação em outros títulos. O objetivo principal é trazer mais diversificação e proteger o portfólio de determinadas situações que podem influenciar negativamente a rentabilidade do veículo.
Quais as principais características do fundo DI?
Além de conhecer o seu funcionamento, vale saber quais são as principais características de um fundo DI. Cada alternativa tem estratégias e composições diferentes, mas é possível definir pontos em comum entre todas.
Veja só:
Rentabilidade
A rentabilidade de um investimento é definida pelos ganhos que ele proporciona ao investidor sobre o capital investido. Nesse contexto, você precisa saber as diferenças entre a renda fixa e a renda variável.
Nos investimentos de renda fixa, a rentabilidade ou, pelo menos, a sua lógica de cálculo é conhecida previamente. Ou seja, ao investir você saberá quanto o seu investimento trará de ganhos ou como serão calculados esses resultados.
Já na renda variável não há esse conhecimento prévio. Nesse caso, a rentabilidade dos investimentos varia conforme as situações do mercado, principalmente por conta da oferta e demanda de investidores.
Apesar de parecer que a renda variável é mais prejudicial, há uma vantagem importante. Nela, a rentabilidade não é limitada. Dessa maneira, não há limite para os ganhos dos investidores, como ocorre na renda fixa. Por outro lado, não existem garantias de perdas.
Nesse contexto, os fundos DI são de renda fixa com uma rentabilidade atrelada à taxa CDI. Portanto, ao comprar uma cota, você sabe qual é a lógica de cálculo dos ganhos, sabendo como se darão os resultados antes mesmo do investimento.
Liquidez
Outra característica que deve ser considerada nos fundos DI é a sua liquidez. Junto à rentabilidade e ao risco, ela forma o tripé dos investimentos e tem uma influência considerável nas decisões dos investidores.
Vale destacar que a liquidez é definida pela facilidade com que um investimento é transformado em dinheiro pelos investidores. Nesse contexto, existem diversos pontos que influenciam esse fator, a depender do investimento.
As ações, por exemplo, podem ter diferentes níveis de liquidez: elas dependem de investidores interessados na sua compra. Desse modo, quem tem um papel pouco procurado no mercado conta com um ativo de baixa liquidez.
Já a liquidez dos investimentos de renda fixa costuma estar ligada ao prazo necessário para que o investimento possa ser resgatado. Logo, é preciso avaliar como o fundo ou o título permite que se realize esse resgate.
Nesse caso, pode haver períodos de carência, que é um tempo mínimo exigido entre o investimento e o resgate. A carência também pode ser igual ao prazo de vencimento. Isso significa que só haverá o levantamento do montante no prazo final do título ou fundo.
No caso dos fundos DI, eles têm liquidez diária. Dessa forma, o cotista pode resgatar suas cotas a qualquer momento.
Tributação e taxas
Também é preciso compreender a tributação e as taxas aplicadas aos fundos DI. Afinal, esses custos influenciam na rentabilidade real do investimento. Em relação aos tributos, fique atento ao Imposto de Renda (IR) e ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O IR incide sobre a rentabilidade obtida pelo investidor e a alíquota é progressiva, conforme o tempo de investimento. Nesse contexto, é preciso separar os fundos em dois tipos:
- fundos DI de curto prazo: a alíquota de IR varia de 22,5% a 20%;
- fundos DI de longo prazo: a alíquota de IR varia de 22,5% a 15%.
Então quanto maior for o período entre o aporte e o resgate, menor será a alíquota. Além disso, os fundos DI têm incidência do imposto come-cotas, que funciona como uma antecipação semestral do tributo devido.
Já o IOF será aplicado à rentabilidade somente se o resgate ocorrer em até 30 dias contados a partir do aporte. Nesse caso, a alíquota começa em 96%, chegando a 0% no trigésimo dia.
Em relação às taxas, os fundos de investimento costumam cobrar uma taxa de administração. Ela serve para remunerar os prestadores de serviço do fundo, como o gestor. A taxa de administração é provisionada diariamente e publicada como um percentual anual sobre o patrimônio.
Quais as vantagens de investir no fundo DI?
Após conhecer todas essas características dos fundos DI, vale saber quais são as vantagens desses fundos. Confira as principais a seguir:
Previsibilidade da rentabilidade
A primeira vantagem dos fundos DI diz respeito à previsibilidade da rentabilidade. Como você viu, na renda fixa os investidores já sabem como se dá a lógica dos ganhos nos investimentos.
Assim, com um fundo DI, você sabe que a rentabilidade da cota será muito próxima ao CDI, descontando os custos operacionais. Essa é uma maneira de proteger o patrimônio e não se expor a riscos de oscilações de preços, por exemplo.
Alta liquidez
Outra vantagem considerável é a liquidez. Você aprendeu que os fundos DI têm liquidez diária. Dessa maneira, os cotistas podem fazer o resgate das cotas a qualquer momento, não dependendo de prazos extensos ou interesses de outros investidores.
Quais as desvantagens dessa alternativa?
Além dos benefícios, você deve considerar as desvantagens dos fundos DI. Afinal, todos os investimentos têm pontos negativos. Confira a seguir os principais:
Limitação da rentabilidade
Apesar de o fundo DI trazer uma previsibilidade em relação à rentabilidade, também há limitação. Como os ganhos são atrelados ao CDI, não é possível superar o índice de maneira expressiva.
Portanto, é fundamental avaliar se essa rentabilidade é adequada para os seus objetivos e se ela pode satisfazer as suas expectativas em relação aos ganhos com o investimento.
Custos
Outro ponto negativo de um fundo DI são os custos. Como visto, pode haver a cobrança de uma taxa de administração. Apesar de esse pagamento ser fundamental para a remuneração do fundo, ela diminui a sua rentabilidade.
Ou seja, ao calcular os ganhos com a modalidade, é fundamental considerar o pagamento de taxas e impostos para entender se a alternativa se alinha às suas necessidades.
Como investir em um fundo DI?
Agora que você já entendeu como funciona um fundo DI, pode ter ficado interessado nessa modalidade. Se esse é o seu caso, vale aprender como investir nessa alternativa e que pontos considerar para tanto.
Primeiramente, sempre tenha em mente seus objetivos financeiros. Os investimentos são um meio de alcançar sonhos, portanto, eles precisam ser adequados para cada meta e prazos que você tiver.
Ademais, conheça o seu perfil de investidor. Saber como você lida com os riscos relacionados a cada investimento é indispensável para conseguir montar uma carteira que tenha um nível de risco adequado.
Se você definiu que o fundo DI faz sentido tanto para seus objetivos financeiros quanto para seu perfil, fazer o investimento é simples. Basta ter uma conta em um banco de investimentos e possuir saldo suficiente para comprar as cotas.
Na própria plataforma do banco você encontrará os fundos disponíveis e poderá avaliar a lâmina para entender o funcionamento. Após identificar o fundo adequado, basta fazer o aporte, conforme a sua estratégia de investimento. Depois desse passo, o fundo fará parte da sua carteira.
Entendeu o que é um fundo DI e como funciona esse veículo do mercado financeiro? Lembre-se de que o fundo acompanha o CDI e pode trazer previsibilidade e liquidez diária aos seus cotistas, além de ter uma gestão profissional da carteira.
Ainda tem alguma dúvida sobre esses fundos? Então deixe um comentário para podermos ajudá-lo!