A compra de imóveis para compor fonte de renda passiva é uma das alternativas de investimentos mais tradicionais entre os brasileiros. Afinal, investir no mercado imobiliário pode oferecer oportunidades lucrativas para composição de um portfólio.
No entanto, diferentemente do que uma parte das pessoas possam acreditar, a aquisição de um imóvel não é a única forma de obter lucros nesse setor. Isso porque o mercado financeiro oferece diversas possibilidades de investimento no ramo imobiliário, as quais não envolvem a compra direta desses bens.
Ao mesmo tempo, essa variedade de opções pode confundir os investidores, principalmente aqueles menos experientes. Logo, vale a pena explorar as principais alternativas antes de começar a investir no segmento. Neste artigo, você conhecerá 6 formas de investir no mercado imobiliário.
Boa leitura!
1. Fundos imobiliários
Os fundos de investimentos imobiliários (FIIs), podem ser uma oportunidade para se inserir no mercado de imóveis. As cotas desse veículo são negociadas na bolsa de valores brasileira (B3), permitindo ao investidor participar dos resultados do portfólio do fundo.
Os FIIs podem ser compostos de três formas principais. Veja:
- fundos de tijolo: priorizam a aquisição de imóveis físicos, podendo ser comerciais ou residenciais;
- fundos de papel: investem prioritariamente em títulos de renda fixa voltados ao setor imobiliário.
- fundos de fundos (FOFs): alocam capital em outros fundos imobiliários do mercado.
Como o investimento mínimo é de 1 cota, é possível investir no setor por meio desses fundos com quantias menores do que seria necessário para comprar um imóvel. Logo, essa tende a ser uma forma mais acessível de rentabilizar o dinheiro no segmento imobiliário.
As pessoas com pouca experiência no mercado financeiro também tendem a se beneficiar com essa modalidade, uma vez que os fundos são geridos por profissionais com conhecimento na área. Dependendo da composição do portfólio do veículo, os investidores têm a oportunidade de diversificar sua carteira.
Além das vantagens já citadas, é válido ressaltar que não existe a incidência de Imposto de Renda sobre dividendos para pessoas físicas, desde que cumpridos os requisitos legais. Por outro lado, costuma haver a cobrança de taxas de administração e, em certos casos, de performance.
2. LCI
Caso você esteja procurando uma alternativa mais segura que os FIIs, há a letra de crédito imobiliário (LCI). Esse é um título de renda fixa emitido por bancos que captam recursos financeiros com o intuito de conceder crédito para o segmento de imóveis.
Em relação à rentabilidade das LCIs, ela pode ocorrer de 3 formas, como acontece com todas as alternativas de renda fixa. São elas:
- prefixada: taxa de juros definida desde o momento da compra do título;
- pós-fixada: possui juros atrelados a um índice econômico, como a taxa Selic ou o Certificado de Depósito Interbancário (CDI);
- híbrida: uma parte da rentabilidade é vinculada a um índice econômico, como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), e outra pré-definida no momento da compra.
Uma questão a considerar é que a LCI possui cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Se o emissor não conseguir fazer o pagamento, a entidade garante o ressarcimento de até R$250 mil do valor investido por CPF e instituição financeira. O limite global é de R$ 1 milhão, renovável a cada 4 anos.
Ainda, vale destacar que as LCIs costumam ter uma liquidez menor. Em relação à tributação, elas têm isenção de Imposto de Renda sobre os lucros para a pessoa física.
3. CRI
Outra forma de investir em imóveis é por meio do certificado de recebíveis imobiliários (CRI). Esses títulos de renda fixa são lastreados em créditos imobiliários e emitidos por securitizadoras e negociados no mercado financeiro.
Com essas aplicações, o investidor adquire títulos criados a partir da antecipação de recebíveis de empresas do segmento setor imobiliário. Como consequência, na data de vencimento o investidor terá direito a receber o valor alocado mais uma parte dos rendimentos oriundos do crédito cedido.
Os CRIs oferecem vantagens tanto para as empresas, que terão fluxo de caixa imediato, quanto para os investidores, os quais poderão lucrar com os juros.
Entretanto, antes de investir em CRIs, você precisa saber que essa opção possui riscos maiores que outras alternativas da classe. Como os CRIs não têm a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), há um risco de crédito maior.
Os CRIs também apresentam um nível de liquidez menor. Porém, uma de suas vantagens é a isenção de IR sobre os rendimentos da pessoa física.
4. LH
Para os investidores que estejam buscando alternativas de renda fixa com rendimentos acima da média, as letras hipotecárias (LHs) podem oferecer oportunidades nesse sentido. Esses títulos são lastreados em créditos imobiliários e emitidos por bancos que emprestam recursos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
Do mesmo modo que as LCIs, a rentabilidade das letras hipotecárias pode ocorrer de forma prefixada, pós-fixada e híbrida. Ademais, as LHs têm características como:
- baixa liquidez, com prazo mínimo de resgate de 6 meses;
- isenção de IR sobre os lucros para pessoa física;
- garantia de FGC;
- investimento inicial elevado;
- possibilidade de melhores rendimentos em comparação a outros títulos.
5. REITs
Os REITs, sigla para real estate investment trust, são investimentos de renda variável relacionados ao mercado imobiliário dos Estados Unidos. Na prática, os REITs são parecidos com os FIIs brasileiros, com a diferença que essas são empresas (e não fundos) que focam no investimento imobiliário.
O objetivo dessas companhias é obter renda com venda, aluguel e direitos sobre as propriedades, permitindo que os investidores participem do lucro por meio da compra de ações. Para investir nos REITs sem precisar sair do Brasil, é possível recorrer aos brazilian depositary receipts (BDRs).
Também chamados de certificados de depósitos de valores mobiliários, esses investimentos ficam disponíveis na B3 e podem ser lastreados em diferentes ativos, incluindo os REITs. Dessa forma, há como investir no mercado de imóveis americano em reais, sem tirar seus recursos do país.
6. Ações de empresas do setor
Por fim, você também pode investir no mercado imobiliário por meio de ações. Para isso, pode-se utilizar a bolsa de valores para adquirir papéis de empresas desse ramo, como construtoras e incorporadoras.
Entre as vantagens dessa opção está o potencial de começar com valores mais baixos. Com a compra de ações no mercado fracionário, por exemplo, você pode se tornar acionista dessas organizações sem precisar de muitos recursos.
Ademais, dependendo da estratégia da companhia, será possível recolher dividendos referentes aos lucros obtidos por elas.
Porém, assim como outros investimentos de renda variável, investir em ações envolve mais riscos. Não há garantia de resultados ou previsibilidade, ao contrário do que ocorre com a renda fixa, sendo preciso ter atenção na tomada de decisão.
Como você viu, o mercado financeiro oferece diversas possibilidades para quem deseja investir no ramo imobiliário sem ter que comprar um imóvel. Contudo, é imprescindível explorar melhor as opções disponíveis e entender qual delas se encaixa nos seus objetivos e perfil de investidor.
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