A proteção do patrimônio está entre as principais preocupações dos investidores, mas existem mecanismos que contribuem para oferecer mais segurança às operações. Um deles é o FGC — você sabe o que é essa entidade e como ela funciona?
A cobertura desse fundo está presente em algumas alternativas de renda fixa. Para essas aplicações, caso a instituição financeira emissora do título entre em falência, o investidor conta com a proteção da quantia investida e dos rendimentos até um limite estabelecido.
Quer entender melhor o que é FGC, como a proteção acontece e em que situações ela é válida? Então confira este artigo!
O que é FGC?
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma entidade privada e sem fins lucrativos que atua no mercado financeiro brasileiro. Embora não tenha ligação direta com o Governo Federal, ele tem um papel essencial na proteção dos investidores.
A principal função do FGC é oferecer segurança financeira em casos de inadimplência da instituição financeira que emite títulos de renda fixa. Nesses casos, o órgão pode ressarcir o montante aplicado e os ganhos, respeitando os limites estabelecidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Para os investidores, a existência do FGC oferece maior confiança no mercado financeiro, sabendo que seu dinheiro tem um nível de proteção contra imprevistos. A característica torna os investimentos mais seguros e encoraja a movimentação de capital no sistema financeiro.
Inclusive, os recursos do FGC vêm de contribuições das próprias instituições financeiras associadas. Elas fazem depósitos regulares no fundo para aumentar o patrimônio do órgão e assegurar a proteção para os investidores.
No entanto, vale lembrar que o FGC não cobre todos os tipos de investimentos. Logo, os investidores devem estar cientes das limitações da proteção oferecida antes de tomar decisões relacionadas à sua carteira.
Como funciona a proteção do FGC?
Agora que você sabe o que é o FGC, precisa entender como funciona a proteção que o órgão oferece. Ele garante a devolução de até R$ 250 mil por pessoa física ou jurídica para cada instituição financeira, abrangendo o valor investido e os rendimentos acumulados.
Mas saiba que existe um teto global de R$ 1 milhão para a cobertura. Esse limite é renovável a cada 4 anos.
Imagine que você investiu em dois títulos cobertos pelo FGC, cada um emitido por um banco diferente. Se eles não pertencerem ao mesmo conglomerado, você tem direito a receber até R$ 250 mil de cada um, caso as instituições entrem em falência enquanto seus investimentos estiverem ativos.
Porém, quando uma instituição financeira é liquidada, o processo de ressarcimento não é instantâneo. O procedimento envolve a designação de um interventor pelo Banco Central enquanto o FGC informa os investidores sobre como eles receberão a quantia.
O pagamento é anunciado por meio de um edital no site do FGC e da instituição financeira. Saiba que não há um prazo fixo para o recebimento. Durante a espera, os investimentos não geram mais rendimentos.
Quais investimentos são cobertos pelo FGC?
Como você viu, a proteção do FGC vale apenas para determinados tipos de investimentos de renda fixa. Agora é o momento de se familiarizar com eles para auxiliar nas suas análises para tomada de decisão.
Veja, a seguir, quais são as principais aplicações cobertas pelo FGC:
- certificados de depósito bancário (CDBs) e recibos de depósito bancário (RDBs): títulos emitidos por instituições financeiras para captar dinheiro para as suas operações;
- letras de crédito imobiliário (LCIs) e do agronegócio (LCAs): títulos oferecidos pelos bancos para financiar os setores imobiliário e agro, respectivamente;
- letras de câmbio (LCs): semelhantes aos CDBs, mas emitidas por instituições financeiras não bancárias;
- poupança: investimento popular no Brasil, com rendimento que segue regras baseadas na Selic — a taxa básica de juros brasileira;
- letras hipotecárias (LHs): títulos com lastro em crédito imobiliário, emitidos por instituições financeiras.
Quais investimentos não são cobertos pelo FGC?
Depois de saber quais são os tipos de investimentos cobertos pelo FGC, vale a pena reforçar quais são as alternativas que não possuem a proteção.
Confira exemplos de ativos não protegidos pelo FGC:
- ações: frações do capital social de empresas listadas na bolsa de valores brasileira;
- fundos de investimento: veículos de investimento coletivo geridos por um profissional do mercado financeiro;
- títulos do Tesouro Direto: títulos públicos de renda fixa garantidos pelo Governo Federal;
- debêntures: títulos de dívida emitidos por empresas para captar recursos, podendo oferecer outras garantias;
- certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e do agronegócio (CRAs): aplicações relacionadas a recebíveis dos setores imobiliário e agropecuário, emitidas por securitizadoras.
Por que investimentos sem cobertura ainda podem ser atrativos?
Até aqui, você pode estar se perguntando por que alguém escolheria investir em alternativas que não têm a proteção do FGC. A resposta está nas características e oportunidades que os investimentos podem oferecer.
O principal ponto a considerar nesse aspecto é a relação entre risco e retorno. Os investimentos não cobertos pelo FGC geralmente proporcionam a possibilidade de retornos mais elevados, compensando o risco adicional.
Além disso, ter alternativas com características de risco diferentes permite uma diversificação mais ampla do portfólio. Ao incluir ações, debêntures, fundos de investimento e outras opções no portfólio, é possível aproveitar oportunidades não disponíveis em produtos garantidos pelo FGC.
Para ter mais segurança ao decidir, vale buscar o apoio de uma assessoria de investimentos. O suporte profissional contribui para o processo de montagem de uma carteira diversificada, que equilibre segurança e crescimento. Para isso, os assessores analisam suas metas financeiras e sua tolerância ao risco para oferecer orientações personalizadas.
Saber o que é FGC é o primeiro passo para entender como proteger seus investimentos e tomar decisões financeiras mais informadas. Com base no que você aprendeu, é possível identificar as alternativas mais adequadas à sua carteira, considerando riscos e retorno, alinhados ao seu perfil e objetivos.
Agora que você já sabe o que é FGC, compartilhe o artigo em suas redes sociais e ajude mais pessoas a conhecerem o funcionamento dessa entidade de proteção!