Agências de rating: como funciona a classificação de riscos no mercado financeiro?

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Ao investir no mercado financeiro, é importante que você faça diferentes avaliações das alternativas disponíveis para realizar os aportes de maneira mais embasada e estratégica. Nesse contexto, um aspecto a considerar é o nível de risco de crédito de uma aplicação.

Para tanto, você pode contar com as avaliações das agências de rating. Por meio delas, é possível entender quão arriscada é uma alternativa e, com base na informação, analisar se ela condiz com seu perfil de investidor e se tem espaço na sua carteira de investimentos.

Quer saber mais sobre as agências de rating e compreender como elas podem ajudar na hora de investir? Continue acompanhando a leitura!

O que são as agências de rating?

As agências de rating são instituições especializadas que avaliam e classificam a qualidade de crédito de emissores de títulos, como Governos, empresas e entidades financeiras. Dessa maneira, as agências auxiliam investidores a entenderem o grau de segurança de diferentes investimentos.

No mercado, existem três principais agências de rating — também chamadas de agências de risco. São elas:

  • Fitch Ratings;
  • Moody’s;
  • Standard & Poor’s.

Cada agência tem seus próprios parâmetros para fazer a avaliação de risco de uma empresa, Governo ou investimento. No entanto, todas utilizam letras — A, B, C e D — para estabelecer as suas classificações.

Como funciona essa classificação de riscos no mercado financeiro?

Após entender o que são agências de rating e conhecer as três principais instituições do mercado, é hora de conferir com mais detalhes como cada uma delas faz a classificação de riscos

Tanto a Fitch quanto a Moody’s e a Standard & Poor’s realizam análises detalhadas da capacidade do emissor de um investimento de honrar as suas obrigações financeiras. A partir da avaliação, as agências determinam as suas notas.

Veja, a seguir, os principais critérios considerados na análise:

  • capacidade de pagamento: refere-se à chance de o emissor pagar as suas dívidas no prazo;
  • situação financeira: diz respeito a níveis de alavancagem e endividamento, fluxo de caixa, balanço patrimonial e outros indicadores financeiros;
  • condições econômicas: observa o impacto de variáveis macroeconômicas, como inflação e taxa de juros;
  • governança corporativa: corresponde à qualidade da gestão e à transparência na administração da empresa;
  • ambiente político: refere-se à estabilidade política do país no qual o emissor se encontra.

Na prática, a nota A representa investimentos cujo risco de crédito é mais baixo. Por outro lado, aqueles que têm um rating C ou D apresentam maior chance de inadimplência (calote). Vale ressaltar que a classificação é abrangente, com variações para cada letra.

Confira quais são as notas de cada uma das agências de rating!

Fitch Ratings

Na Fitch, a classificação de riscos é definida da seguinte forma:

NotaRating
AAAMais alta qualidade
AA+, AA e AA-Qualidade muito alta
A+, A e A-Qualidade alta
BBB+, BBB e BBB-Boa qualidade
BB+, BB e BB-Especulativo
B+, B e B-Altamente especulativo
CCCRisco substancial
CCRisco muito alto
CInadimplência iminente
RDInadimplência restrita
DInadimplência

Moody’s

Já na Moody’s, a classificação de riscos é estabelecida assim:

NotaRating
AaaMais alta qualidade
Aa1, Aa2 e Aa3Qualidade muito alta
A1, A2 e A3Qualidade alta
Baa1, Baa2 e Baa3Boa qualidade
Ba1, Ba2 e Ba3Especulativo
B1, B2 e B3Altamente especulativo
Caa1, Caa2 e Caa3Risco substancial
CaRisco muito alto/inadimplência iminente
CInadimplência

Standard & Poor’s

Por sua vez, na Standard & Poor’s a classificação de riscos é determinada do seguinte modo:

NotaRating
AAAMais alta qualidade
AA+, AA e AA-Qualidade muito alta
A+, A e A-Qualidade alta
BBB+, BBB e BBB-Boa qualidade
BB+, BB e BB-Especulativo
B+, B e B-Altamente especulativo
CCC+, CCC e CCC-Risco substancial
CCRisco muito alto
CInadimplência iminente
DInadimplência

Por que as notas de crédito são importantes para os investidores?

Agora que você conhece as notas de crédito das principais agências de rating do mercado, vale a pena entender por que elas são relevantes para quem investe. O principal motivo é que as classificações contribuem para a tomada de decisões de investimentos.

Por exemplo, se você não deseja correr riscos ao investir, títulos de emissores que receberam notas C e D tendem a não condizer com seu perfil. Assim, na hora de fazer aportes, é possível evitá-los ou reduzir o peso deles no portfólio — ou até optar apenas por alternativas classificadas nas letras A e B.

Da mesma forma, caso queira retornos superiores ao investir, você pode escolher alguns títulos de emissores com rating menos elevado. Afinal, quanto maior o risco de um investimento, mais ele tende a pagar em termos de rentabilidade na renda fixa.

Assim, você também consegue utilizar as notas de crédito para diversificar o seu portfólio. Em vez de ter apenas títulos A ou C, por exemplo, existe a possibilidade de fazer investimentos com diferentes classificações. 

Dessa forma, a sua carteira de investimentos poderá se tornar mais equilibrada e menos arriscada. Além disso, há chances de os retornos serem potencializados. 

Cabe mencionar que as notas de crédito costumam ter influência no mercado financeiro em geral. A razão é que as mudanças nas classificações podem impactar a volatilidade de títulos, ações e até moedas.

Veja um exemplo!

A influência das notas de crédito no mercado financeiro

Você aprendeu que as classificações e atualizações das agências de rating permitem ter uma visão mais clara sobre o risco de empresas, Governos e outros emissores de títulos. Por exemplo, se um emissor era nota B e passou para C, ele foi rebaixado no ranking por ser considerado mais arriscado.

Logo, o mercado e os investidores podem utilizar a nova classificação para compreender a situação financeira atual do emissor e projetar compras ou vendas. Essas questões tendem a resultar em mudanças, seja em relação à rentabilidade de seus títulos ou a sua imagem no mercado.

Vale ressaltar que a situação também afeta a renda variável. Se uma empresa na bolsa de valores tem sua nota rebaixada por uma agência de rating, os seus papéis tendem a desvalorizar. Da mesma maneira, se a sua classificação for elevada, eles podem valorizar.

As agências de rating são instituições que ajudam investidores na gestão de riscos e na escolha de investimentos mais adequados ao seu perfil. Além disso, elas são de grande valor para o funcionamento do mercado financeiro global. Portanto, não deixe de considerar as notas dadas pelas agências ao investir.

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