A análise técnica, também chamada de análise gráfica, é uma metodologia usada por diversos investidores e especuladores (traders) para avaliar ativos e tomar decisões. Uma de suas bases é a Teoria de Dow — você já ouviu falar sobre ela?
Criada no final do século XIX, a teoria permanece relevante por oferecer uma estrutura lógica para entender os movimentos do mercado financeiro. Por esse motivo, se você é investidor ou especulador, vale a pena saber mais sobre ela.
Então continue acompanhando a leitura e conheça, em detalhes, a Teoria de Dow, um dos pilares da análise técnica!
O que é a Teoria de Dow?
A Teoria de Dow é uma tese que tem a seguinte premissa: os movimentos dos preços no mercado financeiro seguem padrões e tendências que podem ser analisados e interpretados. Eles refletem o comportamento coletivo, que tende a se repetir ao longo do tempo.
Assim, a Teoria de Dow é uma ferramenta estratégica para operadores, ajudando-os a entender melhor o sobe e desce do mercado financeiro. Na prática, ela colabora para análises, projeções e decisões.
Essa teoria foi desenvolvida por Charles H. Dow, jornalista e cofundador do The Wall Street Journal. Apesar disso, ele nunca sistematizou sua tese em um documento ou livro — suas ideias foram organizadas e aprimoradas por seus sucessores, William Hamilton e Robert Rhea.
Ambos trabalharam na Tese de Dow, organizando-a e criando princípios para explicá-la. Vale ressaltar que o processo demorou mais de três décadas para ser concluído.
Quais são os 6 princípios da Teoria de Dow?
A Teoria de Dow pode ser explicada por meio de seis princípios. Conheça os detalhes de cada um deles!
1. O mercado desconta tudo
Esse primeiro princípio diz que todas as informações disponíveis — públicas e privadas — já estão refletidas nos preços dos ativos. Expectativas econômicas, decisões políticas, desempenho corporativo e crises geopolíticas são fatores precificados pelo mercado.
A ideia é a base da análise técnica, que foca exclusivamente nos movimentos dos preços e volumes dos ativos, sem depender diretamente de balanços ou indicadores econômicos, por exemplo.
2. O mercado se movimenta em tendências
O segundo princípio da Teoria de Dow é que o mercado se move em tendências, classificadas em três tipos: primária, secundária e terciária.
Entenda o que significa cada uma delas:
- primária: é a tendência mais forte, de longo prazo, durando de meses até anos. Ela pode ser de alta (bull market) ou de baixa (bear market);
- secundária: é uma correção da tendência primária, tendo uma força intermediária. Geralmente, ela dura semanas ou poucos meses;
- terciária: envolve movimentos de curto prazo, que podem durar semanas, dias ou até horas. Ela acontece dentro das tendências anteriores, sendo mais rápida e volátil.
3. As tendências têm três fases
As tendências costumam apresentar três fases. Em períodos de alta, a primeira fase é a de acumulação, na qual o preço do ativo tende a estar descontado. Em razão disso, operadores mais informados começam a comprá-lo, visando aproveitar uma eventual oportunidade de valorização.
Na sequência, há a fase de participação pública. Nesse momento, o mercado em geral percebe a tendência e começa a comprar o ativo — o que costuma resultar no aumento do seu preço.
Em seguida, ocorre a fase de excesso ou euforia, na qual o ativo ganha ainda mais notoriedade. Nela, a participação pública aumenta e o seu preço pode até supervalorizar. Essa terceira e última etapa começa a se relacionar com as três fases das tendências de baixa.
A primeira fase da tendência de baixa é a da distribuição, na qual os operadores que entraram na etapa de acumulação começam a realizar vendas para obter lucro. Após esse momento, há a fase de pânico, em que o público geral também passa a vender o ativo, fazendo com que ele se desvalorize com certa força.
Por fim, há a etapa da desaceleração. Nela, o mercado começa a se acalmar e o preço do investimento tende a se lateralizar.
4. Os índices e as médias devem se confirmar
O quarto princípio da Teoria de Dow envolve índices de mercado e médias. O jornalista acreditava que, para confirmar uma tendência, eles deveriam se mover na mesma direção.
Por exemplo, uma tendência de alta nas ações de bancos deve ser acompanhada por um movimento semelhante em setores correlacionados, como o imobiliário ou de consumo. Trata-se de uma forma de aumentar a confiança na tendência.
5. O volume confirma a tendência
Além das médias e dos índices, o volume financeiro — quantidade de negócios realizados — ajuda a confirmar a tendência de baixa ou de alta. Ele é como uma espécie de validador, sendo o quinto princípio da Teoria de Dow.
6. Uma tendência continua até que haja sinais claros de reversão
Por último, Dow dizia que uma tendência permanece em vigor até ser confirmada sua reversão, significando que buscar antecipar mudanças pode ser arriscado. A ideia do jornalista é que é melhor esperar sinais claros, como rompimento de suportes ou resistências, do que tentar adivinhar topos e fundos.
Como a Teoria de Dow serve de base para a análise técnica?
Conhecendo melhor a Teoria de Dow, fica mais fácil entender a sua base e aplicação na análise técnica. A construção dessa metodologia é feita a partir da tese de Charles Dow e, por meio dela, é possível fazer avaliações mais eficientes e tomar decisões mais adequadas e estratégicas.
Ao usar a análise técnica com os princípios da Teoria de Dow, você consegue visualizar o mercado como um conjunto de comportamentos repetitivos. Além disso, pode identificar os momentos mais propícios para abrir e fechar posições e até confirmar tendências com mais facilidade.
Na prática, a Teoria de Dow fornece uma estrutura para ler o mercado como uma narrativa. Cada movimento de preço conta uma parte da história, revelando se as pessoas estão comprando ou vendendo e se estão empolgadas ou receosas, por exemplo.
A Teoria de Dow é uma tese de grande valor para compreender os movimentos do mercado financeiro e fazer escolhas com mais sabedoria, embasamento e racionalidade. Portanto, seja você um investidor ou especulador, vale considerá-la como parte de suas estratégias.Gostou do artigo? Siga as nossas redes sociais e confira mais conteúdos como este — estamos no Instagram, Facebook e LinkedIn!