Ao estudar sobre investimentos e conhecer mais o mercado financeiro, é comum se interessar pelas empresas da bolsa de valores. Assim, muitos investidores se perguntam como investir em ações e o que considerar para isso.
Normalmente, as pessoas ficam com receio no momento de avaliar esse investimento. Geralmente, surgem dúvidas quanto aos riscos atrelados ou o dinheiro necessário para começar a investir. No entanto, essa alternativa pode fazer sentido para diversos perfis e costuma ter uma baixa exigência de capital.
Para entender melhor como investir em ações, a seguir você encontrará um guia sobre o assunto. Acompanhe e conheça as principais características desses ativos!
O que é uma ação?
Quando uma empresa quer captar recursos, ela pode tomar uma série de atitudes. Por exemplo, emitir títulos de dívida, chamar novos sócios para injetar valores, buscar empréstimos e financiamentos ou fazer a abertura de capital. É essa última situação que diz respeito às ações.
Abrir o capital significa um procedimento para lançar ações no mercado de capitais, buscando acionistas. Esse procedimento é realizado conforme normas do mercado financeiro — definidas, principalmente, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Para isso, a empresa precisa passar pelo procedimento que envolve aprovação, comprovação de requisitos, apresentação de documentos, entre outras etapas. Ao final, ela fará a sua oferta pública inicial, situação conhecida pelo seu termo em inglês: initial public offering (IPO).
No IPO, as ações são lançadas no mercado para que os investidores interessados possam adquiri-las e injetar dinheiro na empresa. Esses ativos representam uma fração ideal do capital social da companhia. Portanto, todo acionista será um sócio.
Após a oferta pública inicial, os papéis da empresa podem ser comercializados entre investidores por meio do mercado secundário. Isso é feito por meio do ambiente da bolsa de valores. Nesse caso, o dinheiro não é captado mais para a companhia, mas captado pelo investidor que vende o papel.
Como funciona esse investimento?
Você já entendeu o que são ações, mas sabe como funciona esse investimento? Geralmente, elas são utilizadas pelos investidores para objetivos de longo prazo, visando o acúmulo de patrimônio e aumento do capital. Isso porque o período maior ajuda a diluir os riscos e a volatilidade do mercado.
As ações são compradas e vendidas frequentemente, expondo-se à lei da oferta e demanda. Por isso, seu preço oscila conforme o volume de negociações, interesse de investidores, cenário econômico, resultados da companhia e outros fatores.
Logo, um investidor que comprar uma ação e a vender por um preço mais alto, conseguirá obter lucro. Ao deixá-las na carteira, o investidor acompanhará essa valorização e poderá ter um aumento de patrimônio gradual.
Também é possível receber proventos, como os dividendos. Eles consistem na distribuição de lucro das empresas a seus acionistas. Legalmente, todas as companhias devem fazer esse repasse, em percentuais que elas mesmo definem.
Entretanto, a distribuição depende da obtenção de lucros pela empresa e, em alguns casos, a companhia pode reinvestir esses ganhos visando o seu desenvolvimento.
O que considerar antes de investir em ações?
Para saber como investir em ações, é preciso considerar diversos fatores para guiar as suas decisões. Assim, você pode avaliar se esse investimento é adequado para seu caso.
Entenda os principais pontos de atenção antes de investir em ações!
Ter uma organização e planejamento financeiro
Antes de investir em ações ou outras alternativas é fundamental ter um controle e planejamento financeiro. Os investimentos devem servir para que você use seu dinheiro de forma inteligente e alcance seus sonhos.
Dessa forma, endividar-se, deixar de cumprir obrigações ou pegar empréstimos para investir não são situações aconselháveis. Portanto, você precisa saber qual é a sua receita e suas despesas, quanto sobra todos os meses e quanto é possível investir.
Com essas informações será possível montar um planejamento financeiro, definindo um montante para economizar e investir. Dessa maneira, será mais fácil cumprir suas obrigações e acumular patrimônio por meio do investimento em ações.
Considerar o perfil de investidor
O perfil de investidor é uma maneira de determinar a resistência de cada pessoa aos riscos atrelados aos investimentos. Ele é dividido em conservador, moderado e arrojado — em ordem crescente de tolerância.
Logo, os investidores conservadores são aqueles com menos resistência aos riscos nos investimentos. Portanto, eles preferem alternativas seguras e previsíveis, mesmo que isso traga limitações para a rentabilidade.
Por sua vez, os moderados já possuem mais tolerância aos riscos. Dessa maneira, apesar de optarem por aportes seguros e previsíveis, conseguem se expor a um pouco mais de riscos em algumas oportunidades, principalmente em longo prazo.
Já os arrojados, também conhecidos como agressivos, são os que possuem mais tolerância aos riscos dos investimentos. Assim, eles visam alocar seus recursos em alternativas mais arriscadas para tentar potencializar a rentabilidade.
Entender e seguir o seu perfil no momento de investir é essencial para atingir objetivos. Nesse momento, as expectativas, frustrações e ansiedades que os investimentos podem trazer devem ser consideradas em suas decisões.
Um investidor de perfil conservador, por exemplo, tende a ficar muito ansioso e pode tomar decisões ruins ao optar por investimentos arriscados. Ao sinal de desvalorização ou potencial prejuízo, ele pode abandonar a estratégia e fazer resgates ou vendas, realizando as perdas.
Por outro lado, investidores arrojados podem ficar frustrados com os resultados de investimentos mais seguros. Como há uma relação entre rentabilidade e riscos, é comum que eles esperem mais retorno com seus aportes.
Avaliar se as ações fazem sentido para seus objetivos
Como você viu, a finalidade dos investimentos é alcançar objetivos financeiros. Então é preciso avaliar se as ações podem ajudar você a cumprir essas metas e sonhos. E isso é possível conhecendo as características dos papéis e o seu funcionamento.
Por exemplo, quem busca um investimento para o curtíssimo prazo pode ter mais segurança ao optar por alternativas previsíveis. Consequentemente, se esse é seu objetivo, as ações podem não ser ideais para ele, já que trazem maior risco de perda em um período breve.
Montar uma reserva de emergência
A reserva de emergência é um objetivo comum entre investidores. Ela diz respeito a um montante guardado para ser utilizado em casos inesperados de necessidade. Assim, esse capital cobrirá as exigências financeiras geradas por imprevistos.
Ela costuma ser alocada em alternativas da renda fixa, pois é necessário que a reserva seja um investimento seguro, previsível e com alta liquidez. Como o dinheiro é utilizado em emergências, não é bom se arriscar a ter prejuízos ou não conseguir fazer o resgate dos valores quando necessário.
Ademais, ter uma reserva de emergência prévia é muito importante para trazer mais segurança nos investimentos em ações. Afinal, você não compromete um capital que serviria para garantir essas necessidades e situações.
Caso não tenha reserva, pode ser necessário resgatar o dinheiro das ações em um imprevisto. Nesse cenário, você estaria muito exposto ao risco de perdas. Então separe, pelo menos, seis meses do custo médio de vida para alocar em um investimento seguro e líquido, formando a sua reserva de emergência.
Como começar a investir em ações?
Após considerar todos esses pontos e avaliar que as ações podem ser adequadas para seu perfil e objetivos, é preciso saber como começar esse investimento.
Então confira um passo a passo sobre como investir em ações!
Abrir uma conta em um banco de investimentos
O primeiro passo para começar seus investimentos em ações diz respeito a abrir uma conta em um banco de investimentos. Essas instituições financeiras são voltadas a investidores, oferecendo uma plataforma para acessar produtos financeiros e ter acesso à bolsa de valores brasileira (B3).
Lembre-se de contar com instituições com uma boa reputação e excelência na área. Assim, você encontrará um serviço totalmente voltado a investidores e com ótimas oportunidades.
Com a plataforma do banco você poderá acessar o home broker. Esse sistema permite o investimento em alternativas disponíveis na bolsa de valores em seus diversos ambientes.
Nele, basta procurar pelo ticker das ações desejadas, avaliar a cotação do momento, e emitir a sua ordem de compra para adquirir os papéis na quantidade que desejar. Ao ter a transação liquidada após o prazo da B3, as ações passarão a fazer parte da sua carteira de investimentos.
Avaliar os fundamentos das empresas
Como você viu, o investimento em ações busca acompanhar os resultados das empresas e o seu crescimento. Com bons resultados empresariais, os papéis tendem a ter mais volume de negociações, atrair mais compradores e aumentar de preço.
Então é interessante para o investidor que as empresas tenham bons fundamentos, apresentando qualidade organizacional e financeira. Nesse sentido, questões como capacidade de crescimento, patrimônio líquido, taxa de endividamento, receitas e outros fatores são relevantes.
Logo, para avaliar as empresas, o investidor pode utilizar a análise fundamentalista. Essa técnica de pesquisa visa definir esses fatores em companhias, compará-las e basear os investimentos em ações.
A partir dessas informações, você poderá traçar expectativas sobre o crescimento da empresa e seu futuro no mercado. Contudo, fique atento: os papéis são uma alternativa de renda variável. Portanto, mesmo com uma boa análise, não há certezas definitivas nos resultados.
Conhecer carteiras recomendadas
A análise fundamentalista pode trazer bastante complexidade para suas decisões de investimentos, principalmente para quem deseja avaliar mais indicadores. Apesar de essencial para a tomada de decisão, o investidor pode utilizar análises de profissionais do mercado.
Nesse sentido, as carteiras recomendadas podem ser maneiras eficientes de avaliar o investimento em ações com uma análise fundamentada por profissionais. Elas são um portfólio montado por analistas de investimentos focados em uma estratégia específica.
Ou seja, esses profissionais do mercado financeiro montam uma carteira de investimentos com diversas ações. Elas são escolhidas com base em uma análise aprofundada em relação a objetivos predeterminados.
Desse modo, o investidor pode avaliar essas carteiras, verificar se elas fazem sentido para seu perfil e objetivos e espelhar esses aportes. Mas lembre-se de que é importante conhecer os profissionais por trás delas e se certificar de que eles têm experiência e conhecimento do assunto.
Você pode encontrar carteiras voltadas para o investimento a longo prazo com foco em valorização ou recebimento de dividendos, por exemplo. Também há aquelas que potencializam a rentabilidade, escolhendo ações de empresas com alto potencial de crescimento em menor prazo.
Geralmente, essas carteiras estão ligadas a analistas de bancos de investimentos. Por isso, a instituição também pode oferecer informações sobre esses portfólios e o suporte necessário para a tomada de decisão.
Entender a importância da diversificação
A diversificação de investimentos é uma estratégia muito recomendada pelos profissionais do mercado financeiro. Ela também se aplica para as ações, então é fundamental entender por que diversificar.
Essa estratégia consiste em escolher ativos atrelados a riscos diferentes, fazendo o investidor se expor a mais setores. Dessa forma, o capital investido não ficará dependente de apenas um risco — o que pode trazer prejuízos maiores.
Para entender melhor, confira um exemplo: imagine que você investiu R$ 10 mil em ações da empresa X, do ramo alimentício. No entanto, ocorreu uma crise internacional no setor, o que fez as exportações diminuírem muito.
Com a reação do mercado, essas ações tiveram uma alta desvalorização, corroendo o seu patrimônio investido. Agora suponha que você tenha alocado esses mesmos R$ 10 mil em ações de empresas de diferentes setores e segmentos, escolhendo uma porcentagem para cada uma.
Quando a mesma crise ocorrer, apenas aquela parcela do seu capital alocada na empresa X será afetada. Como os outros setores não tiveram problemas, eles podem se manter estáveis ou mesmo valorizar, conforme os movimentos do mercado.
Assim, seus prejuízos serão diluídos e até mesmo compensados. Por isso, a diversificação é uma maneira eficiente de manejar os riscos atrelados à renda variável e, até mesmo, potencializar a rentabilidade da carteira.
Manter aportes frequentes
Outra estratégia que pode ser muito útil ao investir em ações é saber como manter aportes frequentes. Como você viu, o investimento busca o acúmulo de patrimônio no longo prazo. E, para diluir os riscos, a diversificação deve ser considerada.
Logo, manter uma rotina de aportes, aumentando cada vez mais o capital investido é indispensável na sua estratégia. Com isso, seu dinheiro acompanhará o mercado de renda variável, você aumentará seu patrimônio e o protegerá ao investir em mais ativos.
Buscar o suporte de uma assessoria de investimentos
A assessoria de investimentos é um serviço prestado por profissionais do mercado com o objetivo de dar suporte aos investidores. Ela busca esclarecer dúvidas, explicar o funcionamento das alternativas do mercado ou dos indicadores das empresas que podem embasar a análise fundamentalista.
No entanto, a assessoria não indica investimentos. O investidor conseguirá tomar suas decisões com os conhecimentos adquiridos e o suporte oferecido pelo serviço. Isso torna a jornada e o aprendizado ainda mais dinâmico e personalizado.
Como a assessoria está ligada a uma instituição financeira, ela também pode apresentar carteiras recomendadas por analistas conforme seu perfil e objetivos.
Conseguiu entender como investir em ações do zero? Lembre-se de sempre contar com um serviço de assessoria em investimentos e com um bom banco para intermediar essas negociações. Assim, você terá o suporte necessário para fazer suas escolhas.
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