Investimento de renda variável: como funciona e como começar a investir?

A educação financeira pode trazer consciência sobre o valor do dinheiro e como trabalhar com ele de maneira saudável. Entre outras questões, você descobre como é importante investir — e aprende que existem tipos diferentes de investimento, como aqueles de renda variável.

Mas o que exatamente é variável nesse tipo de renda e por quê? Ações fazem parte dessa categoria? E a poupança? Quais outros ativos podem ser classificados como renda variável e o que existe além dessas opções?

Se você quer conhecer a resposta para essas perguntas, continue a leitura! Neste artigo, será possível entender tudo o que precisa sobre investimentos de renda variável, suas principais características e como começar a montar sua própria carteira.

Confira!

O que é a renda variável?

Como o próprio nome sugere, renda variável é uma classe de investimentos cuja principal característica é a imprevisibilidade. Ou seja, existem condições, muitas vezes, impossíveis de prever que podem afetar a rentabilidade do ativo.

A pandemia de Covid-19 é um bom exemplo desse tipo de cenário imprevisível. A descoberta do vírus e sua propagação no mundo desestabilizou a ordem da economia. Isso influenciou a volatilidade de ativos de renda variável no curto prazo.

Por outro lado, quem tinha aplicações apenas em renda fixa não sofreu tanto o abalo. Isso porque, nessa classe, há maior previsibilidade. As formas de rendimento já são conhecidas e limitadas desde o momento do aporte, diferente da renda variável.

O Tesouro Selic, por exemplo, invariavelmente terá a taxa Selic como retorno sobre o capital alocado. O mesmo ocorre com a poupança. Já o rendimento das ações de uma empresa depende da condição produtiva do negócio e da lei da oferta e demanda do mercado.

Como você pode imaginar, a imprevisibilidade da renda variável eleva os riscos do investimento. Contudo, as possibilidades de maiores ganhos também são maiores. E, por isso, as alternativas de renda variável costumam chamar atenção de muitos investidores.

Para mitigar os efeitos das oscilações da renda variável, uma alternativa é fazer escolhas de investimentos voltadas para o longo prazo. Afinal, o tempo tende a ter um efeito positivo nessa classe de investimentos, permitindo a maturação dos investimentos.

Outra maneira de reduzir os riscos relacionados à essa classe é fazer uma análise fundamentalista. Como você verá mais adiante, existem diversas alternativas de investimento na renda variável. E uma escolha bem fundamentada pode ajudar você a construir um portfólio de investimentos mais sólido.

Quais são os tipos de investimento em renda variável?

Agora você já sabe o que são investimentos em renda variável. Mas quais são os tipos de ativos dessa categoria? A amplitude das alternativas merece um estudo cuidadoso, de modo a esclarecer suas principais características.

Confira a seguir os principais tipos de investimento em renda variável que todo investidor — iniciante ou mais experiente — precisa conhecer!

Ações

Quando se fala em renda variável, o mercado de ações é o primeiro pensamento que vem à cabeça. Afinal, graças à internet e à crescente produção de materiais de educação financeira, esse tipo de investimento tem ganhado cada vez mais popularidade.

As ações são títulos de propriedade de empresas de capital aberto. Ou seja, uma companhia decide captar recursos e, para isso, negocia parte de sua propriedade com investidores que queiram financiar o negócio. A abertura de capital se dá, normalmente, na bolsa de valores.

Dessa forma, os acionistas, na condição de proprietários, têm direito a participar dos resultados da empresa. Eles podem se refletir na valorização dos preços dos papéis na bolsa ou na distribuição de uma parcela dos lucros do negócio.

Fundos de investimento

Outra forma de investir em renda variável é por meio dos fundos de investimentos. Eles são veículos de investimento coletivos, nos quais investidores compram cotas e têm direito a participar dos resultados do fundo. A seleção do portfólio do fundo é feita por um gestor profissional, a partir de uma estratégia previamente estabelecida.

Há uma grande variedade de alternativas nessa modalidade, com foco em mercados e estratégias distintas. Assim, há muitas oportunidades de diversificação.

O próprio fundo, em sua composição, já pode ser um exemplo de carteira diversificada, principalmente quando se trata de fundos de ações ou multimercados. Alguns exemplos de fundos são:

  • fundos de ações;
  • fundos cambiais;
  • fundos imobiliários;
  • fundos de Previdência Privada;
  • fundos multimercados.

É importante destacar que nem todo fundo de investimento faz parte da renda fixa. Contudo, a maior parte das alternativas disponíveis no mercado integram essa classe de investimento.

Exchange traded funds (ETFs)

ETFs são tipos de fundos com uma característica que merece destaque. Eles buscam replicar o desempenho de índices do mercado. O Ibovespa, por exemplo, é uma carteira teórica composta pelas ações mais negociadas na bolsa de valores. Por isso, os ETFs também são chamados de fundos de fundos.

A carteira teórica do Ibovespa, inclusive, funciona como um termômetro do mercado de ações brasileiro. Por isso, muitos investidores têm interesse em se expor às ações que compõem o IBOV.  E os ETFs permitem essa exposição, a partir do BOVA11 ou do IBOB11 (o ETF que replica o Ibovespa mais barato do mercado), por exemplo.

Ainda, os fundos de índice oferecem ao investidor a possibilidade de se expor também a indicadores internacionais. É o caso, por exemplo, do ETF IVVB11 — que replica o índice S&P 500, do mercado norte-americano.

Brazilian depositary receipts (BDRs)

Para quem deseja fazer investimentos em ativos de outros países, existem também os BDRs. Investir neles é como comprar ações estrangeiras, ETFs e títulos internacionais de forma indireta, em reais. Para isso, é necessário que haja a intermediação de uma instituição depositária que compre o ativo estrangeiro.

Depois, a instituição emite um certificado de depósito que comprova sua propriedade sobre o investimento em questão — e o disponibiliza na bolsa brasileira, a B3. Assim, os investidores podem se expor a mercados externos por meio desses certificados.

Derivativos

Para investidores com mais experiência ou perfil mais arrojado no mercado de valores mobiliários, existe ainda os mercados de derivativos. É o caso do mercado futuro ou do mercado de opções, por exemplo.

Como o nome indica, os derivativos são instrumentos financeiros que derivam de outros ativos. Ao negociar com opções, por exemplo, é possível comprar o direito da compra ou venda de um ativo a um determinado preço no futuro.

Já no mercado futuro, investidores e especuladores podem negociar a partir da expectativa de preço dos ativos, índices ou moedas para o futuro. Assim, os chamados contratos futuros — bem como as opções — podem servir para hedge (proteção) ou especulação.

Além disso, existem também os contratos a termo. Eles pressupõem a negociação de um ativo, a ser cumprida em uma data futura. Também existem os swaps, que são contratos de acordo para troca de índices de referência entre ativos, como Selic e a variação do dólar.

Como investir em renda variável?

Você acompanhou neste artigo as principais informações acerca da renda variável, bem como algumas possibilidades que o mercado oferece nessa classe de investimentos. Mas, você sabe como investir em renda variável?

A decisão de investir em alternativas de renda variável deve ser pautada em uma análise pessoal. Você deve considerar, por exemplo:

  • seu orçamento pessoal;
  • sua reserva de emergência;
  • seus objetivos a curto, médio e longo prazos;
  • seu perfil de investidor (nível de tolerância a risco).

Lembre-se de que a renda variável envolve riscos importantes, apesar da possibilidade de melhores rendimentos. Portanto, é imprescindível que você tenha um perfil de investidor compatível às características dessa classe, objetivos mais alinhados para o longo prazo e um orçamento consolidado.

Ainda, é essencial manter uma reserva de emergência — um montante financeiro que lhe fornecerá tranquilidade para lidar com imprevistos. Assim, serão maiores as chances de montar um portfólio de renda variável mais sólido e que traga os resultados esperados ao longo do tempo.

Por fim, não esqueça da necessidade de ter conta em um banco de investimentos. A partir dele, você terá acesso ao home broker — para acessar o ambiente da bolsa de valores — e a uma plataforma de investimentos, onde será possível encontrar alternativas de renda variável (e também de renda fixa) que não são negociadas na bolsa.

Agora você já sabe que o investimento em renda variável traz oportunidades ao investidor, mas demanda conhecimento e uma análise cuidadosa antes da tomada de decisão. Portanto, antes de começar a construir sua carteira, estude o mercado e as alternativas e, em caso de dúvidas. Conte com o suporte de uma assessoria de investimentos.

Precisa de ajuda para entender melhor a renda variável e suas possibilidades? Então entre em contato conosco!

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