O que é securitização, como funciona e quais os títulos disponíveis no mercado?

O mercado financeiro conta com algumas alternativas para investidores – como os investimentos de crédito privado, que são criados a partir de processos intermediários. Nesse caso, saber o que é securitização é importante para entender como esses investimentos passam a existir.

Essa etapa envolve os direitos creditórios de empresas, a antecipação de recebíveis e o financiamento obtido com os aportes oferecidos por investidores. Ao conhecer como tudo funciona e quais são os títulos, é possível até mesmo aproveitar as alternativas para compor sua carteira de investimentos.

Na sequência, descubra os pontos principais da securitização e veja como ela influencia a disponibilidade de escolhas para quem investe!

Acompanhe!

O que é a securitização?

Quando uma empresa realiza qualquer tipo de venda a prazo ou financiamento, ela passa a ter os chamados direitos creditórios. Ou seja, o cliente deve ao negócio, que tem o direito de cobrar e receber o valor acordado.

Esses direitos fazem parte das contas a receber, que são pagas em um período futuro. Porém, as empresas podem querer antecipar os recebíveis. E é nesse momento em que vale a pena saber o que é securitização.

Trata-se de um processo que transforma direitos creditórios em títulos de investimento que são negociados no mercado. Para que isso seja possível, a securitizadora deve agrupar direitos creditórios, emitindo um título com lastro nos recursos devidos.

Depois, os títulos emitidos são oferecidos a investidores, que disponibilizam capital em troca do recebimento de uma rentabilidade.

Para que serve?

Como você pode ver, a principal função da securitização é fazer com que os direitos creditórios de empresas se tornem produtos financeiros para investidores. Ou seja, as dívidas dos clientes se convertem em oportunidades para quem deseja investir no que é conhecido como crédito privado.

Com a realização do processo, a cedente (quem oferece os direitos creditórios), a securitizadora e o investidor são beneficiados. Graças à securitização, o dinheiro circula entre esses três agentes, oferecendo resultados específicos para cada um.

Quais são as vantagens da securitização para empresas?

No caso das cedentes, que são as companhias que detêm originalmente os recursos, o maior benefício envolve a antecipação de recebíveis. Por causa da existência da securitização, os negócios conseguem antecipar de uma só vez valores que seriam recebidos no futuro e em parcelas.

Para entender o impacto, pense em uma construtora. Após finalizar um prédio com dezenas de andares, a companhia consegue vender diversas unidades e a maioria delas é por meio de financiamento.

Agora, a empresa deseja construir um novo prédio, mas os recursos estão presos nas condições de financiamento. Nesse cenário, é possível buscar uma securitizadora, que adiantará o dinheiro das vendas.

Para o negócio, isso é positivo porque permite ter dinheiro para investir em outras iniciativas e é mais barato que linhas de crédito tradicionais.

Quais os benefícios da securitização para o mercado e investidores?

Saber o que é securitização também significa compreender que ela é benéfica não apenas para empresas, mas para todo o mercado. Afinal, é graças a ela que novas possibilidades de investimento são criadas, como no caso do crédito privado.

Os títulos securitizados são alternativas da renda fixa e, portanto, oferecem distintas regras de rentabilidade. Entre os principais produtos gerados pela securitização, estão o CRI, o CRA e o FIDC.

A seguir, conheça cada um deles!

O que é CRI?

O certificado de recebíveis imobiliários (CRI) é um título de renda fixa que, como outros investimentos dessa classe, pode ser prefixado, pós-fixado ou híbrido. Como o nome revela, está ligado ao mercado imobiliário.

Então, ele serve como uma forma de financiar a antecipação de recebíveis para empresas desse setor, como construtoras e incorporadoras. Entre suas características, a isenção de Imposto de Renda se destaca.

O que é CRA?

Já o CRA é o certificado de recebíveis do agronegócio (CRA). Na prática, CRI e CRA são muito parecidos, sendo que a principal diferença entre eles é o mercado de atuação. No CRA, naturalmente, os recursos seguem para empresas do agronegócio.

Essa também é uma alternativa isenta de Imposto de Renda, o que pode ajudar a melhorar a rentabilidade líquida – que é avaliada ao final dos investimentos.

O que é FIDC?

O FIDC é o fundo de investimento em direitos creditórios. Primeiramente, vale saber que são fundos de investimento e, portanto, funcionam de maneira coletiva. Cada investidor adquire cotas de participação e o dinheiro do portfólio é movimentado por um gestor profissional.

No caso do FIDC, a estratégia prevê a compra de direitos creditórios por parte de empresas. O fundo, então, compra duplicatas e outros direitos, antecipando os recebíveis com aplicação de uma taxa.

Na hora em que a companhia recebe do cliente, os valores são direcionados para o fundo. Além de servir para obter diversificação na carteira, é uma maneira mais acessível de alocar recursos. E também permite aproveitar oportunidades fora do setor imobiliário e do agronegócio.

O que você precisa saber antes de investir em títulos securitizados?

Além de saber o que é securitização e quais são os investimentos que ela origina, é importante conhecer as particularidades desses títulos. Assim, você pode tomar uma decisão mais informada e consistente com a sua carteira e com o seu perfil de investidor.

O primeiro ponto envolve a segurança. Como inclui dívidas, o risco de inadimplência é maior com a securitização. Pode acontecer de os clientes não pagarem a empresa, que pode não conseguir cumprir com suas obrigações com o investidor.

Além disso, os investimentos do crédito privado não têm cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Em caso de calote ou de falência da securitizadora, por exemplo, não há a devolução do dinheiro.

Ao mesmo tempo, o aumento do risco eleva o potencial de rentabilidade. Então, investimentos do tipo podem ser adequados para quem está disposto a correr um pouco mais de riscos para ganhar mais, sem deixar a renda fixa.

Mas é importante saber que alguns desses investimentos podem exigir investimentos mínimos maiores ou o atendimento a condições específicas. Alguns, por exemplo, são limitados a investidores qualificados — profissionais certificados do mercado ou pessoas com R$ 1 milhão investidos.

Saber o que é securitização leva ao conhecimento de investimentos como CRI, CRA e FIDC. Ao entender suas características e como eles funcionam, você pode adicioná-los ao seu portfólio, desde que o perfil de risco e o potencial de resultados sejam adequados para sua estratégia.

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André Barbirato

Formado em marketing, encontrou no mercado financeiro sua verdadeira vocação. Possui certificação ANCORD e mais de 10 anos de experiência no mercado de capitais. Atualmente é head de sales B2B e B2C em renda variável em um banco de investimentos. É também o criador do blog Eu Posso Investir!?

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