Tulipomania: conheça a história da bolha das tulipas holandesas

Ao longo da história, existem diversos casos de formação das bolhas financeiras. Elas ocorrem quando o preço de um ativo aumenta consideravelmente e sem razões que justifiquem o movimento. Foi esse o caso das tulipas holandesas — o primeiro acontecimento desse tipo no mercado mundial.

Você não se enganou na leitura: estamos falando de uma espécie de planta. Em Amsterdã, na Holanda, ela se tornou cobiçada no passado — a ponto de disparar o preço de compra. As consequências dessa procura geraram uma crise econômica.

Assim, se você investe ou se interessa pelo assunto, vale a pena conhecer mais sobre as tulipas holandesas e a crise ocasionada por elas. Afinal, esse episódio da história pode ajudá-lo a entender os impactos das bolhas financeiras e as lições deixadas pela primeira bolha especulativa do mundo.

Continue a leitura e se informe!

Qual é a história das tulipas holandesas?

Como você viu, as tulipas holandesas se tornaram valorizadas a ponto de fazer o preço dessas flores disparar. Isso aconteceu no ano de 1593, quando o botânico Carolus Clusius trouxe algumas tulipas da Turquia. A partir daí, elas passaram a chamar muita atenção.

Os motivos que explicam a extrema valorização da flor foram a beleza, a raridade, o símbolo de status social, luxo e de representação da Holanda. Assim, a reunião de tais características incentivou uma busca frequente pelas tulipas holandesas, a chamada “tulipomania”.

Dessa maneira, a flor se tornou escassa com o tempo e seu preço foi aumentando. Alguns anos depois, a oferta era menor que a demanda e o preço da tulipa se tornou extremamente elevado. Em um mesmo mês, o custo para se ter a flor aumentou mais de 20 vezes.

Assim, as tulipas passaram a ser alvo não apenas de compra, mas de investimento e especulação. A procura e a oportunidade de lucro com a venda dessas flores eram tão altas que muitas pessoas passaram a roubar os bulbos para plantar e revender a preços elevados.

O que é uma bolha financeira?

Com o movimento que você acabou de conhecer, as tulipas holandesas se transformaram em uma bolha financeira. Mas, o que isso significa?

Uma bolha financeira — ou especulativa — é caracterizada pelo aumento desproporcional do preço de um ativo, sem justificativa lógica para isso. Ou seja, o valor real das flores não acompanhava o aumento do preço.

Um exemplo próximo da atualidade que poderia se tornar uma bolha financeira — caso o exagero se mantivesse — foi a alta procura pelo papel higiênico durante a pandemia de covid-19. Na Europa, o preço do produto subiu em 412%, apenas na Espanha. Mas foi um movimento pontual.

Enquanto isso, a crise dos subprimes é um exemplo concreto de bolha financeira da atualidade. A situação ocorreu em 2008, devido a uma intensa oferta de crédito imobiliário nos Estados Unidos. O resultado foi uma quebra generalizada de instituições financeiras em todo o mundo.

Como aconteceu a bolha financeira das tulipas holandesas?

Agora você sabe que uma bolha financeira se forma quando não há justificativa para a alta demanda de um ativo. Diante dessa falta de lógica, é natural que os preços dos ativos caiam abruptamente em algum momento.

E isso aconteceu com as tulipas holandesas. Nesse caso, a demora para floração também tornou as vendas das tulipas cada vez mais limitadas. Essa floração leva de 7 a 12 anos para acontecer, apenas nos meses de abril e maio.

Em determinado momento, os interessados nesse tipo de negociação criaram contratos futuros de vendas das tulipas. No acordo, os compradores se comprometiam a adquirir as flores no final da temporada por um preço pré-combinado (semelhante aos contratos de opções que temos hoje na bolsa).

Pessoas de diferentes classes sociais faziam parte dessas negociações — algumas com o intuito de compra e outras com a meta de vender ou revender as flores. Diante da alta demanda, era comum os interessados investirem todas as economias nesse comércio e até vender os bens para poder atuar no setor.

Segundo o livro “Crash — Uma breve história da economia”, em 1624, um único bulbo de tulipa já teve o valor equivalente a R$ 200 mil atualmente. Além disso, o sucesso da flor foi elevado a ponto de muitos contratos futuros de venda serem negociados na Bolsa de Amsterdã, durante o século XVII.

O grande problema, no entanto, se deu quando a situação mudou e a bolha estourou — como você verá a seguir!

Como terminou a tulipomania?

A febre da tulipomania se tornou um problema quando o primeiro comprador não cumpriu com o contrato acordado de venda das tulipas. O movimento gerou um efeito cascata — fazendo com que outros vendedores se desfizessem de seus bulbos rapidamente. Assim, o preço despencou.

Então quem investiu fortemente nos bulbos para venda e revenda, em pouco tempo passou a ter um bem com pouco valor no mercado. E os compradores, por sua vez, se desinteressaram pela aquisição da flor.

O estouro da bolha, portanto, estremeceu o mercado da região na época. E o movimento levou muitos vendedores à falência.

Quais os impactos das tulipas financeiras no mundo?

Da mesma maneira que a valorização exagerada das tulipas holandesas se iniciou sem um raciocínio lógico por trás, a desvalorização dos contratos de vendas das flores, inicialmente, ocorreu sem razão. Foi um comportamento chamado de efeito manada — apenas pela reprodução das atitudes de outras pessoas.

Sendo assim, foi necessário a intervenção do Governo holandês para conter a crise instaurada. Ele ofereceu o pagamento de 10% do valor dos contratos. Mas isso não foi suficiente para acalmar os ânimos — e a situação se tornou ainda mais dramática.

Apenas alguns anos depois o país começou a se recuperar da depressão econômica. No entanto, os resultados não se restringiram a Holanda: diversos outros países foram impactados.

Outra consequência foi que, mesmo depois desse período, a população do país se tornou mais resistente quanto a adesão de investimentos ou possibilidades especulativas — com objetivo de obtenção rápida de lucros.

O que podemos aprender com a tulipomania?

Ao entender os impactos das bolhas financeiras, principalmente das tulipas holandesas, fica nítida a importância de analisar cuidadosamente o mercado antes de investir. Essa avaliação deve considerar o seu perfil de investidor, objetivos financeiros e prazos que almeja realizar o resgate.

Além disso, a outra lição deixada é a importância da diversificação da carteira de investimentos. Ela ajuda a equilibrar os riscos do portfólio e buscar mais rentabilidade. Assim, ao investir de maneira estratégica e diversificada, você evita se expor demais a um determinado mercado — e sofrer com bolhas especulativas, por exemplo.

Como vimos, conhecer mais sobre as tulipas holandesas e o processo de bolha no mercado financeiro contribui para o seu sucesso nos investimentos. Afinal, é possível ter uma maior compreensão dos impactos desses acontecimentos na economia e nas suas finanças — e se antecipar a eles.

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