Você já se perguntou como investir em dólar? A moeda dos Estados Unidos, de fato, é uma das mais fortes do mundo. Dessa forma, muitos investidores a enxergam como uma alternativa para proteger o seu patrimônio — ao mesmo tempo em que podem atingir uma melhor rentabilidade.
No entanto, muitas pessoas erram ao associar o investimento em dólar à compra do seu papel-moeda. Na verdade, há outras formas de se expor à moeda norte-americana no mercado financeiro. Essas, inclusive, podem ser mais vantajosas ao investidor.
Quer saber como investir em dólar? Acompanhe a leitura para compreender algumas maneiras de fazer isso por meio do mercado brasileiro.
Vamos lá?
O dólar é um investimento?
Quem tem o hábito de acompanhar as dinâmicas de variação da bolsa de valores brasileira, a B3, sabe que ela, muitas vezes, tem uma relação inversamente proporcional ao dólar. Ou seja, quando está em baixa, a moeda dos Estados Unidos fica mais cara.
Nesse contexto, investir em dólar acaba se tornando uma estratégia buscada por investidores que desejam proteger seu patrimônio contra eventuais crises internas. Isso se justifica porque moedas internacionais fortes, como o dólar, são menos suscetíveis a oscilações.
No entanto, é importante destacar que, quando se fala em investimentos em dólar, isso não significa comprar o dinheiro físico. Essa prática pode não ser a mais estratégica para as suas finanças.
O motivo para isso é que, ao comprar a moeda, você paga a partir da conversão do dólar turismo. Esse, por sua vez, costuma ser mais caro que o dólar comercial — que é o utilizado em investimentos.
Em adição a esse fato, também há a desvantagem de lidar com outras taxas para finalizar a compra da moeda. Existe, por exemplo, a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e taxa de câmbio de venda.
Além disso, caso opte por negociar a moeda, você receberá com a taxa do câmbio de compra — que costuma ser mais baixa. Por isso, comprar dólar em espécie pode representar um prejuízo para seu patrimônio caso precise vendê-lo.
Outro fato relevante é que a moeda adquirida não estará gerando valor. Desse modo, uma decisão que pode ser mais estratégica é o investimento em títulos e ativos que permitem exposição à moeda, ao mesmo tempo em que podem trazer rendimentos.
Por que fazer investimentos vinculados a ele?
Como você viu, o dólar é uma das moedas mais fortes do mundo. Dessa forma, investidores que buscam o hedge cambial costumam recorrer a ele. A técnica, em linhas gerais, consiste em proteger o próprio patrimônio contra as variações do câmbio.
O motivo para isso é, justamente, a correlação negativa entre a moeda e a bolsa de valores brasileira. Além disso, toda a economia global recebe influência do dólar. Quando está em alta, por exemplo, as importações ficam mais caras e seu custo de vida também pode aumentar.
Assim, ter parte do patrimônio exposto a essa moeda — bem como em outras tão fortes quanto — pode trazer uma segurança maior ao investidor. Desse modo, é possível estar menos exposto à desvalorização do real, além de poder ter ganhos com a valorização do dólar.
Outro aspecto importante de se destacar é a exposição ao mercado internacional. O investidor consegue avaliar novas alternativas de investimentos e pode se beneficiar do crescimento de economias mais sólidas que a brasileira.
Quais as estratégias para investir em dólar?
Fazer investimentos atrelados ao dólar pode trazer vantagens interessantes para a sua carteira. Mas como eles podem ser feitos?
Existem formas de acessar investimentos expostos ao dólar por meio do próprio mercado brasileiro. Assim, não há necessidade de abrir contas internacionais e lidar com as taxas de transferência.
Saiba mais!
ETFs de índices internacionais
Os exchange traded funds (ETFs) são os fundos de índice. Eles têm como característica central a entrega de um resultado igual ou similar a de um indexador de referência. Com isso, é possível encontrar alternativas vinculadas ao mercado internacional.
Por exemplo, um dos índices mais relevantes dos Estados Unidos é o S&P 500. Nele, estão incluídas 500 das maiores empresas do país. E no mercado brasileiro há o IVVB11, que é um dos ETF responsáveis por acompanhá-lo.
Logo, ao fazer aportes nesse fundo, o investidor poderá atingir um resultado similar ao do índice. Além disso, a B3 conta com diversos ETFs que demais acompanham índices dos EUA e de outras regiões — como Europa e Ásia.
BDRs
Outra alternativa para os investidores são os brazilian depositary receipts, ou certificados de depósitos brasileiros. Esses, por sua vez, consistem em recibos com lastros de ativos internacionais — como ações, ETFs e títulos públicos.
Dessa forma, eles se apresentam como uma maneira mais prática para brasileiros que buscam investir em emissores de outros países. Os BDRs são disponibilizados a partir da compra desses ativos por uma instituição depositária brasileira.
Após adquiri-los, essa empresa os mantém sob custódia e emite certificados. Assim, o investidor consegue investir em ativos e títulos internacionais a partir da B3, com acesso pelo seu banco de investimentos.
Fundos internacionais
Também é possível dolarizar sua carteira a partir de investimentos em fundos internacionais. Eles se caracterizam por terem parte do seu patrimônio investido em ativos e demais alternativas do mercado estrangeiro.
Antes de investir nessa modalidade, é necessário que o investidor entenda a estratégia do fundo. As opções podem ser bem variadas em relação ao percentual de exposição ao mercado internacional, por exemplo.
Fundos cambiais
Outra forma de se expor ao dólar é com os fundos cambiais. Eles funcionam como um fundo internacional. Contudo, o seu objetivo está em acompanhar as moedas. Essa modalidade costuma agradar, principalmente, os interessados no hedge cambial.
Contratos futuros de dólar
Por fim, quem se interessa por operar com a moeda norte-americana pode fazê-lo a partir de contratos futuros de dólar. Nessa modalidade, não há a compra da moeda ou de ativos em si, mas sim o posicionamento no preço dela a partir de contratos derivativos.
Como você viu, investir em dólar pode trazer uma série de benefícios para a sua carteira e para o seu patrimônio. Mas conhecer e avaliar as alternativas disponíveis é fundamental para fazer melhores escolhas e atingir melhores resultados.
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