Risco país: como esse índice impacta seus investimentos?

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Na hora de investir, analisar a fundo as alternativas disponíveis faz toda a diferença. Avaliar as questões macroeconômicas é tão importante quanto verificar os fundamentos empresariais e o rating de títulos. Para tanto, existe o risco país, ou risco soberano.

Esse indicador é essencial para entender o ambiente de investimentos em diferentes regiões, sendo chamado de risco-Brasil, no caso do contexto nacional. A metodologia foi elaborada por volta de 1990, pelo banco americano J.P. Morgan.

Quer entender melhor o conceito de risco país e como o índice influencia os investimentos? Continue a leitura!

O que é risco país?

O risco país é uma medida de classificação de títulos públicos que envolve a expectativa de que uma nação emergente honre seus compromissos. Assim, quanto mais elevado for o risco soberano, maiores serão as chances de insolvência — o não pagamento.

Ou seja, a probabilidade de as contas públicas não fecharem e de as dívidas com o credor estrangeiro atrasarem será maior. Nesse contexto, o risco-Brasil, por exemplo, traduz o nível de instabilidade financeira, política e econômica da nação.

Como é calculado o risco-Brasil?

Entendido o conceito do risco país, é hora de abordar mais a fundo o índice. Mas, antes disso, vale a pena pontuar que o risco-Brasil histórico sofre flutuações conforme a situação política e econômica da nação.

No entanto, ocorrências como crises no âmbito político, escândalos de corrupção, pandemias, como a de covid-19, e incertezas fiscais podem elevar o risco. Naturalmente, o contexto tende a gerar desafios para a confiança dos investidores.

Diante disso, do ponto de vista das agências de rating, o Brasil está no nível especulativo. Nesse caso, o entendimento é que a nação ainda não atingiu as qualidades necessárias para receber aportes contínuos e significativos do capital estrangeiro.

O cálculo

Uma das formas de calcular o risco-Brasil é considerando a diferença entre a taxa de retorno dos títulos da dívida brasileira e dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Os últimos são considerados de risco reduzido.

A metodologia envolve os fatores a seguir:

  • seleção dos títulos: abrange títulos da dívida soberana brasileira;
  • cálculo do spread: traduz o prêmio que os investidores demandam para compensar o risco de investir no Brasil;
  • ponderação: considera a liquidez e o volume de negociação dos títulos;
  • atualização: para refletir as condições de mercado, são incorporadas novas emissões e são excluídos títulos que não atendem mais aos critérios preestabelecidos.

Como o risco país influencia os investimentos?

Ficou claro que o risco país é um indicador de risco econômico que mensura o grau de confiança nos países emergentes. A finalidade é identificar se uma nação tem condições de honrar seus compromissos financeiros.

Diante disso, a influência sobre os investimentos se dá porque o índice é utilizado como uma espécie de termômetro para analisar o risco de investir na economia de determinada nação. Portanto, o risco país orienta os investidores estrangeiros (ou não) no momento de tomar decisões sobre a alocação dos recursos.

Confira mais detalhes sobre como o risco país afeta a percepção dos investidores e o mercado financeiro!

Como o risco país afeta a percepção dos investidores

O indicador costuma impactar taxas de juros, cotações de ativos e decisões de investimento. Isso vale tanto para investidores locais quanto para internacionais, levando em conta fatores financeiros, econômicos e políticos. Quando o risco país está elevado, ele tende a causar desconfiança.

O sentimento, por sua vez, reflete diretamente nas taxas de juros que a nação deve oferecer para atrair capital. Afinal, um risco país alto sinaliza que há um perigo maior de instabilidade ou inadimplência.

Ele comumente leva as empresas locais e o Governo a oferecerem taxas de juros mais elevadas para a compensação e para a atração de investidores. A medida é aplicável tanto a empréstimos corporativos quanto a dívidas soberanas, por exemplo.

Como o risco país impacta o mercado financeiro

As taxas de juros mais altas, geralmente, elevam o custo do crédito, o que tem o potencial de desacelerar a economia, com a diminuição do investimento e do consumo. Ainda, um risco país alto pode afetar de forma negativa as cotações de ativos financeiros.

Desse modo, os possíveis investidores, receosos com a instabilidade, tendem a preferir vender os ativos. Então costuma ocorrer uma queda nos preços — mas o movimento pode continuar reverberando.

Os efeitos da movimentação

A maior venda de ativos também pode provocar uma fuga de capitais, com investidores estrangeiros retirando recursos do país à procura de mercados mais seguros. Como resultado, tende a ocorrer depreciação da moeda local, elevando a volatilidade cambial.

Nesse cenário, até a geração de empregos pode ser impactada. Isso porque há um desestímulo aos investimentos de longo prazo.

Outro ponto a ressaltar é o fato de as corporações e os Governos terem que pagar mais para emitir títulos no mercado internacional. Como resultado, os custos de financiamento costumam se elevar, e os orçamentos são pressionados.

Quando o risco país é reduzido

Por outro lado, quando o risco país é baixo, normalmente se constrói uma percepção de que a economia da nação é mais estável e segura. O efeito costuma ser a atração de investidores nacionais e internacionais, já que ambos se sentem mais confiantes na alocação de recursos no país.

Consequentemente, com o aumento da confiança, as taxas de juros podem ser menores. Além disso, os ativos financeiros tendem a se valorizar, e a moeda local tem chance, inclusive, de passar a se fortalecer.

Portanto, o risco país é um índice decisivo. Ele consegue influenciar a percepção dos investidores acerca da estabilidade econômica, afetando taxas de juros e cotações de ativos, e impactando as decisões de investimentos. Tanto o mercado financeiro quanto a economia real são alcançadas.

É por esse motivo que muitos países trabalham para reduzir o risco por meio de políticas econômicas estáveis, uma governança transparente e reformas estruturais. Afinal, esses governos entendem que a medida tende a atrair investimentos, colaborando para um ambiente econômico saudável.

Como você aprendeu, o risco país é essencial por medir a percepção do nível de segurança que uma nação oferece em seus investimentos, refletindo a sua estabilidade política e econômica. Por essa razão, vale a pena considerá-lo ao tomar decisões sobre seu portfólio.

Aproveitando que a jornada de um investidor começa pelo conhecimento, não deixe de conferir o que são ciclos de mercado e como identificá-los para fazer bons investimentos!

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