Tripé macroeconômico: o que é, como é formado e sua importância

Existem muitos conceitos que impactam o cenário político e financeiro de um país. Por exemplo, você já ouviu falar sobre o tripé macroeconômico? Ele está relacionado a decisões tomadas por instituições com o objetivo de controlar o desenvolvimento do país.

Órgãos como o Ministério da Economia e o Banco Central têm ferramentas destinadas a ajudar o desempenho econômico da nação. Assim, eles possuem ferramentas para intervir tanto em momentos de superávit quanto em situações de déficit orçamentário.

A seguir, entenda o funcionamento do tripé macroeconômico e a importância de conhecê-lo!

O que é tripé macroeconômico?

Os estudos econômicos são responsáveis por analisar como os recursos materiais são produzidos, distribuídos e consumidos pela população. Dessa forma, é possível perceber padrões e preferências de determinados grupos, servindo de base para as decisões da gestão pública.

Cada avaliação tem uma perspectiva diferente, observando fenômenos e características dentro de um contexto específico. É a partir disso que surgem os conceitos de microeconomia e macroeconomia.

A microeconomia trabalha com escalas menores, estudando os detalhes envolvidos nas relações com os recursos. Os principais fatores são ligados a indivíduos, grupos sociais e empresas, como demanda e oferta de produtos, precificação, salários etc.

Por outro lado, o objetivo da macroeconomia é fazer uma avaliação mais abrangente. Nesse caso, são pesquisadas informações a respeito de grandes agentes econômicos. Por exemplo: nações, Governos e relações internacionais.

Essa metodologia dá origem ao tripé macroeconômico, o qual se concentra em questões como:

  • renda nacional;
  • preço da moeda;
  • inflação da economia;
  • crescimento econômico;
  • taxa de desemprego;
  • produção e distribuição;
  • investimentos estrangeiros;
  • entre outras.

Como esse tripé é formado?

Como foi possível perceber, a macroeconomia é direcionada ao acompanhamento da conjuntura econômica de um país. Por meio dessa análise, é possível constatar se as ações adotadas pela gestão pública geraram benefícios para a população.

A seguir, conheça os três pilares da macroeconomia!

Metas para inflação

O primeiro ponto a ser analisado do tripé macroeconômico são as metas para inflação. Ela se refere ao aumento geral de preços de produtos e serviços aos consumidores. Quando os índices aumentam, significa uma redução do poder de compra da população.

No Brasil, o principal medidor da inflação é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Já a meta de inflação é estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

Esse conselho é formado por autoridades monetárias do Brasil. São elas: Ministro da Economia, Presidente do Banco Central e Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia.

O CMN define anualmente uma meta central para a inflação e valores máximo e mínimo toleráveis. Conhecidos como piso e teto, esses parâmetros têm porcentagens definidas — como 1,5% ou 2%, funcionando como uma “margem de erro”.

Se a meta anual for de 6%, o piso pode ser de 4,5%, e o teto, de 7,5%. A partir da definição, o Banco Central fica encarregado de colocar em prática políticas macroeconômicas com o intuito de alcançá-la.

Para tanto, o principal instrumento utilizado é a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), que é a taxa básica de juros no Brasil. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central faz análises periódicas do cenário econômico, a fim de definir se aumenta, diminui ou mantém a taxa Selic Meta.

Cada ação dependerá do desempenho do país. Quando a inflação está alta, a Selic pode ser aumentada como forma de desacelerar o consumo e os preços. Se o IPCA estiver perto do piso, a Selic Meta tende a ser diminuída com o intuito de melhorar o acesso ao crédito e aquecer a economia.

Câmbio flutuante

O segundo pé da macroeconomia está ligado ao sistema de precificação da moeda. No passado, era adotado o padrão-ouro, no qual o valor de uma moeda correspondia às reservas nacionais desse metal precioso. Com o passar do tempo, entrou em vigência o modelo de moeda fiduciária.

Atualmente, a maioria dos países adota o câmbio flutuante. Nesse caso, a definição é feita pela relação de oferta e demanda. Logo, se houver muita procura pelo real no mercado internacional, o preço tende a aumentar. Mas, se houver muita troca de real por dólar ou euro, por exemplo, o valor costuma cair.

O Banco Central também tem mecanismos para fazer intervenções na precificação da moeda. Contudo, essas práticas são utilizadas majoritariamente em momentos de alta volatilidade e desvalorização.

Metas fiscais

O último pilar do tripé macroeconômico são as metas fiscais. Diferentemente daquelas relacionadas à inflação, essas metas são definidas pelo Congresso a partir da Lei Orçamentária Anual (LOA). O objetivo é limitar os gastos do Governo. Estão incluídos custos com salários, serviços, investimentos, entre outros.

O objetivo das metas fiscais é garantir que o Executivo alcance um superávit primário. Ou seja, a ideia é que as arrecadações sejam maiores que as despesas. Outra finalidade é reduzir o déficit fiscal em cenários de descontrole das contas públicas.

Um exemplo de medida adotada é o Teto de Gastos. Essa emenda constitucional, aprovada pelo Congresso em 2016, tem relação com o orçamento federal. O crescimento do orçamento foi limitado ao IPCA dos últimos 12 meses, considerando até o mês de junho do ano anterior ao exercício.

Qual a importância do tripé macroeconômico?

Após conhecer o tripé macroeconômico, já é possível entender quais são os impactos de cada pilar no cenário nacional. Ao conciliar as decisões econômicas em conjunto, é possível alcançar tanto uma estabilidade das contas públicas quanto um crescimento da produção interna.

Esse cenário fortalece a imagem do país internacionalmente, atraindo o olhar de investidores estrangeiros e fortalecendo negócios locais. Isso significa que, além de afetar a vida da população, a macroeconomia também está diretamente ligada às oportunidades de investimentos.

Por exemplo, se o Banco Central aumentar a taxa de juros para controlar a inflação, as aplicações de renda fixa tendem a ganhar força. No entanto, se a Selic estiver em baixa, os investimentos em renda variável costumam ser mais procurados devido ao maior potencial de retorno — especialmente no longo prazo.

Como você percebeu, o tripé macroeconômico tem uma ligação direta com o cenário político e o mercado de capitais. Ao conhecer esse conceito, você terá mais dados para analisar quais investimentos serão mais adequados à sua estratégia e aos seus objetivos financeiros.

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