Novos ETFs da B3 confira quais são e como investir!

A diversificação é uma das estratégias mais utilizadas para equilibrar o risco e retorno de uma carteira de investimentos. Contudo, saber analisar e escolher as melhores alternativas para essa finalidade demanda conhecimento sobre o mercado.

Quem não dispõe de tempo ou conhecimento para fazer as escolhas por conta própria pode recorrer aos ETFs (fundos de índice) da B3, a bolsa de valores brasileira. Essas alternativas costumam englobar variados ativos em um único investimento.

Ficou interessado no assunto? Então aproveite este conteúdo para aprender o que são os ETFs e quais são os novos fundos de índice da B3.

Não perca!

O que são ETFs e como funcionam?

O termo ETF é a abreviação de exchange traded fund, também chamado de fundo de índice no mercado brasileiro. Trata-se de um fundo de investimento que possui o foco em replicar o desempenho de um índice de mercado.

Assim como em fundos de investimentos tradicionais, o capital de um ETF é administrado por um gestor com certificação profissional para atuar no mercado. Ele se responsabiliza pela escolha dos investimentos que serão realizados.

Normalmente, o gestor monta o portfólio de um ETF com os mesmos ativos que integram a carteira teórica do benchmark escolhido. Ademais, ele não precisa atuar de modo a superar a performance do índice em questão, razão pela qual a sua gestão é considerada passiva.

Por conta desse funcionamento, a taxa de administração cobrada geralmente é menor que em fundos de investimento com gestão ativa. Ademais, é possível encontrar ETFs no mercado que replicam índices de renda fixa e renda variável.

Por exemplo, um ETF que tenha o Índice Bovespa (Ibovespa) como referência terá sua carteira formada pelos mesmos ativos que o compõem. Ou seja, pelas empresas de maior representatividade no mercado nacional.

Já um fundo de índice que espelha o índice norte-americano S&P 500 (Standard and Poor’s 500), será composto pelas 500 maiores empresas dos Estados Unidos. Logo, é possível notar a capacidade de diversificação que esses fundos podem proporcionar.

Por que compor a carteira com ETFs?

Depois de conhecer o que são os ETFs e como funcionam, é possível que você queira saber a razão de incluí-los no seu portfólio, certo? Então confira algumas vantagens proporcionadas por esse tipo de investimento!

Diversificação

A diversificação é uma das estratégias mais relevantes para os investidores. Afinal, ter uma carteira composta por ativos com diferentes níveis de risco e rentabilidade tende a potencializar os ganhos e reduzir as perdas.

No entanto, nem todos possuem tempo e conhecimento para montar um portfólio diversificado. Portanto, os ETFs podem ser uma alternativa viável para atingir essa finalidade caso o índice replicado seja composto por diversos ativos.

Acessibilidade

Outro ponto positivo acerca dos ETFs é a acessibilidade do investimento. Geralmente, o custo de uma cota é inferior ao que seria necessário investir para adquirir cada ativo presente no seu portfólio.

Desse modo, é uma alternativa que pode atender até mesmo quem não possui muito capital disponível para investir. Além disso, os ETFs podem ser facilmente encontrados na bolsa de valores — basta que você tenha acesso a um home broker.

Praticidade

Também conta como vantagem a praticidade dessas alternativas. Como você aprendeu, a escolha dos ativos que integram a carteira de um ETF é feita por um profissional do mercado. Logo, o investidor não precisará se preocupar em analisar, escolher ou remanejar os ativos do fundo.

Com isso, os fundos de índice podem ser apropriados até mesmo para quem está começando a investir e ainda não detém muito conhecimento para escolher os próprios investimentos. No entanto, ainda será necessário ter uma noção de mercado para decidir em qual ETF investir.

Dolarização

Outro benefício que pode ser encontrado nos ETFs é a possibilidade de dolarizar sua carteira sem precisar tirar seu capital do país. No passado, para se expor aos resultados de empresas ou fundos internacionais, era necessário buscar por bancos de investimento no exterior.

Isso envolvia altos custos e bastante burocracia. No entanto, com o surgimento dos ETFs, tornou-se possível a exposição do seu dinheiro aos resultados de índices estrangeiros (compostos de ativos internacionais). Dessa maneira, os ETFs também podem ser usados para proteção cambial.

Por exemplo, quando a bolsa brasileira perde força, é comum observar a valorização do dólar. Então ter em carteira investimentos com exposição à moeda norte-americana pode ser útil para compensar eventuais perdas havidas no mercado nacional.

Quais são os novos ETFs da B3?

Em março de 2022, a bolsa de valores brasileira contava com a listagem de 71 ETFs, sendo: 7 de renda fixa e 64 de renda variável. Contudo, novos fundos de índice surgem mensalmente na B3.

Desse modo o investidor encontra uma grande variedade de opções e pode escolher aqueles mais adequados às suas estratégias e expectativas.

Que tal conhecer melhor algumas das oportunidades de fundos de índice do mercado brasileiro? Confira alguns dos novos ETF disponíveis na bolsa!

IMBB11

Lançado em novembro de 2019, o ticker IMBB11 se refere ao ETF Bradesco IMA-B Fundo de Índice de renda fixa. Ele visa reproduzir as variações do IMA-B (Índice de Mercado ANBIMA — Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Esse índice representa a dívida pública por meio de uma carteira de títulos públicos federais ligados à inflação — medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A sua composição é revista mensalmente, captando as mudanças ocorridas nos estoques de títulos disponíveis no mercado.

Na prática, a maior parte do fundo é composta por títulos do Tesouro IPCA+. Eles observam as variações da inflação somada a uma taxa de juros prefixada. Portanto, pode ser a oportunidade de se expor aos resultados de diferentes títulos públicos com apenas um investimento.

A administração do IMBB11 é realizada pelo Banco Bradesco, enquanto a gestão fica a cargo da Bradesco Asset Management. Em 2022, a taxa de administração desse ETF era de 0,20% ao ano e não havia a cobrança de taxa de performance.

Embora ele não seja tão recente, ele tem se tornado atrativo devido à alta da inflação. Afinal, como o ETF investe em títulos cujo rendimento supera o IPCA, ele pode ajudar na proteção do poder de compra.

B5P211

O chamado It Now B5P2 (B5P211) é um fundo de índice de renda fixa lançado em novembro de 2020. Seu objetivo é refletir as variações de rentabilidade do IMA-B5 P2, também calculado pela ANBIMA.

Como visto, o IMA-B pertence à família dos Índices de Mercado ANBIMA que estão ligados à inflação. O IMA-B5 P2, por sua vez, é uma segmentação que considera apenas os títulos do Tesouro IPCA+ com vencimentos em até 60 meses.

A administração e a gestão do fundo são realizadas pelo Itaú Unibanco. A taxa de administração cobrada, em 2022, era de 0,20% ao ano. Ademais, não havia a incidência de taxa de performance no fundo.

SMAB11

O SMAB11 diz respeito ao ETF BTG Pactual SMLL B3 Fundo de Índice, lançado em setembro de 2021. Trata-se de um ETF que replica o SMLL (Índice Small Cap). Ou seja, seu objetivo é acompanhar o desempenho das ações das companhias de menor capitalização da bolsa brasileira.

No mercado acionário, as ações small caps são consideradas como de “segunda linha”. Elas se referem às empresas com valor de mercado entre US$ 300 milhões a US$ 2 bilhões. Entre suas principais características estão um preço mais acessível e maior volatilidade de seus papéis.

A administração do SMAB11 é realizada pelo Banco BTG Pactual, enquanto a gestão é feita pelo BTG Pactual Asset Management. No ano de 2022, a taxa de administração estava em 0,4% ao ano e o fundo proibia a cobrança de taxa de performance.

GENB11

Outro ETF de renda variável é o GENB11. Lançado em julho de 2021, ele leva o nome de BTG Pactual S&P/B3 Ingenius Fundo de Índice. Esse veículo financeiro replica o Índice S&P/B3 Ingenius, composto pelas ações de companhias mundiais inovadoras, especialmente do setor de tecnologia e comunicação.

Como o índice é proveniente de uma parceria entre a Standard and Poor’s e a B3, ele é composto por BDRs (brazilian depositary receipts) que estão atrelados a investimentos negociados nos Estados Unidos. Desse modo, pode ser usado para internacionalizar seu portfólio.

Esse ETF também é administrado pelo Banco BTG Pactual e tem sua gestão realizada pelo BTG Pactual Asset Management. A taxa de administração cobrada estava em 0,25% ao ano (em 2022) e não havia taxa de performance.

JOGO11

Um ETF voltado ao universo dos e-sports foi criado em dezembro de 2021, sob o ticker JOGO11. O Investo ETF Global Video Gaming & Esports Fundo de Investimento de Índice, tem a proposta de espelhar o ETF ESPO (VanEck Video Gaming and eSports Index), listado nos Estados Unidos.

A carteira deste ETF é composta por mais de 26 empresas do mercado de games e e-sports, como a Capcom, Nintendo, Activision Blizzard, Konami, Tencent, entre outras. Ou seja, esse é um fundo que permite acompanhar o crescimento do mercado de jogos eletrônicos e entretenimento digital.

O fundo é administrado pelo Banco BNP Paribas e a gestão é feita pela Investo Gestão de Recursos. É cobrado do cotista uma taxa de administração de 0,48% ao ano, bem como 0,55% ao ano como remuneração do ETF espelhado (o ESPO). Não há taxa de performance.

XINA11

Se você busca exposição ao mercado de ações chinês, poderá se interessar pelo ETF XINA 11. Lançado em dezembro de 2020, o Trend ETF MSCI China Fundo de Investimento de Índice é um ETF que reflete o iShares MSCI China ETF, negociado em uma bolsa dos Estados Unidos.

Ele é constituído pelos mesmos ativos que compõem o índice MSCI China, ou seja, empresas chinesas de grande e médio porte listadas em todos os mercados. Isso inclui ações de diversos tipos e listagens estrangeiras como ADRs (american depositary receipts).

A sua administração é realizada pelo Banco BNP Paribas. A gestão, por sua vez, é realizada pela XP Allocation Asset Management. Já a taxa de administração cobrada era de 0,30% ao ano (em 2022). Há também uma taxa de administração de 0,59% referente ao ETF replicado (iShares MSCI China).

QBTC11

O QBTC11 é uma alternativa voltada àqueles que desejam se expor ao bitcoin de forma regulamentada. Lançado em junho de 2021, o QR CME CF BITCOIN Reference Rate Fundo de Índice é um ETF que espelha um índice homônimo composto 100% de bitcoins.

Como no Brasil ainda não há regulamentação para a negociação direta de criptoativos, o investimento em ETF é uma forma alternativa e regular de exposição aos seus resultados. Isso porque, a partir de 2020, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) permitiu que fundos de investimento tivessem esse tipo de ativo em carteira.

O administrador do fundo é a Vortx Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários. A gestão é feita pela QR Capital Gestora de Recursos. O QBTC11 cobrava de seus cotistas uma taxa de administração de 0,70% ao ano (em 2022), não havendo taxa de performance.

Como investir em ETFs?

Agora que você conheceu alguns dos novos ETFs da B3, deve estar interessado em aprender como investir nessas alternativas. Para tanto, é necessário analisar o seu perfil de investidor e objetivos financeiros no mercado.

Essa verificação é fundamental para descobrir se o seu nível de abertura aos riscos é adequado aos presentes no investimento. Lembre-se de que o ETF é uma alternativa da renda variável e a sua precificação varia de acordo com a lei da oferta e demanda.

Isso significa que, a depender do ânimo dos investidores e do mercado, o preço pode ser maior ou menor ao longo do tempo. Assim, os riscos tendem a ser maiores, sendo possível ter prejuízos com o aporte.

Se o seu apetite aos riscos abrange o investimento em ETFs, o próximo passo será a abertura de conta em um banco de investimento. Essas instituições atuam como intermediários das negociações das cotas desses fundos.

Além disso, é por meio da instituição que você terá acesso ao home broker. Como você viu, trata-se de uma plataforma digital para ingressar no ambiente de negociações da bolsa de valores — onde as cotas dos ETFs são compradas e vendidas.

No home broker, basta digitar o ticker do ETF desejado, a quantidade de cotas e valor que deseja pagar. Na sequência, envie a ordem de compra. Se houver uma contraparte interessada na proposta, a ordem será executada e, em poucos dias, as cotas serão lançadas em sua carteira.

Conhecendo agora os novos ETFS da B3, você poderá aumentar o nível de diversificação do seu portfólio — se isso fizer sentido para as suas estratégias. Lembre-se de que a tomada de decisão de um investimento é individual e deve levar em conta o seu perfil e objetivos.

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André Barbirato

Formado em marketing, encontrou no mercado financeiro sua verdadeira vocação. Possui certificação ANCORD e mais de 10 anos de experiência no mercado de capitais. Atualmente é head de sales B2B e B2C em renda variável em um banco de investimentos. É também o criador do blog Eu Posso Investir!?

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